segunda-feira, 27 de maio de 2013

O coronelismo

Colégio Estadual Geraque Collet História- 2001- Segundo Bimestre de 2013- Profª: Nilva O coronelismo O Brasil republicano teve início marcado por características bem singulares. A monarquia foi derrubada por militares e logo se constituiu o que ficou conhecido como República da Espada, com os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Em seguida deu-se início o longo período de presidentes civis que se estenderia até 1930 conhecido como República Velha. Nesta fase da república brasileira a realidade esteve muito marcada por laços entre as elites dominantes que governaram o país de acordo com seus interesses por muito tempo. A política da República Velha foi completamente dominada e manipulada por estruturados métodos oligárquicos que garantiam a manutenção dos interesses. Ferramentas de manipulação como a Política dos Governadores, o Coronelismo e o Voto de Cabresto constituíam a grande estrutura de poder das elites conhecida como Política do Café com Leite. Apesar de o termo Coronelismo ter se marcado com uma identificação muito grande com o período da República Velha no Brasil, sua origem remete a outra época e situação política no país. Quando o regime político ainda era monárquico foi criada a Guarda Nacional por ocasião da deposição do então Imperador Dom Pedro I, em abril de 1831. Surgia então o coronelismo institucional, uma vez que os postos militares foram colocados à venda pelo governo da regência entre 1831 e 1842, o que permitiu que os proprietários de terra e os providos de recursos necessários comprassem os títulos de tenente, capitão, major, tenente-coronel e o mais importante de todos, coronel da Guarda Nacional. No decorrer do período republicano o termo Coronelismo permaneceu existente, mas com uma representatividade mais presente no dia a dia do povo brasileiro e principalmente com maiores poderes. Nessa época, eram chamados de coronéis os grandes latifundiários, eventualmente também alguns comerciantes, que desfrutavam de um grande poder sobre trabalhadores carentes e analfabetos, o que na prática constituía grande parte da população brasileira. Com a capacidade de exercer grande comando sobre os trabalhadores de suas terras, os coronéis formavam regimes e tributos em suas regiões, estabelecendo impostos cobrados sobre a população. Era também a partir de tal meio de controle que se formavam os traços pelos quais se desenhava toda a realidade da política nacional. Os coronéis, em acordo com os governadores, determinavam em quem seus comandados iriam votar. Como naquela época o voto não era secreto os trabalhadores tinham medo de desobedecer as ordens dos coronéis com receio de sofrerem punições físicas ou perderem suas fontes de sobrevivência, era o chamado Voto de Cabresto. Desta forma se dava a exclusão política e o controle dos espaços de representação da sociedade, período marcado por práticas autoritárias e violentas. Por causa dos serviços que os coronéis prestavam ao Poder Executivo nacional ganhavam prestígio e mais poder, uma vez que a ação dos mesmos foi fundamental para que a manutenção do regime oligárquico e consecutivamente dos interesses das elites fossem mantidos. O Coronelismo marcou a cultura política brasileira na República Velha incisivamente, só começou a perder suas forças a partir da década de 1920 com a modernização dos espaços e a ascensão de novos grupos sociais. O processo de migração para as cidades começou a se intensificar também, as pessoas se deslocavam para os centros urbanos onde tinham contato com mais informações, educação e os avanços da comunicação. Mesmo assim, o Coronelismo permaneceu existente até meados da década de 1960. No inicio do período republicano no Brasil (final do século XIX e começo do XX), vigorou um sistema conhecido popularmente como coronelismo. Este nome foi dado, pois a política era controlada e comandada pelos coronéis (ricos fazendeiros). Características do coronelismo: - Voto de Cabresto: na República Velha, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens matérias (pares de sapatos, óculos, alimentos, etc.). Como o voto era aberto, os coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais eleitorais. - Fraude eleitoral: os coronéis costumam alterar votos, sumir com urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto fantasma. Este último consistia na falsificação de documentos para que pessoas pudessem votar várias vezes ou até mesmo utilizar o nome de falecidos nas votações. - Política do café-com-leite: no começo do século XX, os estados de São Paulo e Minas Gerais eram os mais ricos da nação. Enquanto o primeiro lucrava muito com a produção e exportação de café, o segundo gerava riqueza com a produção de leite e derivados. Os políticos destes estados faziam acordos para perpetuarem-se no poder central. Muitos presidentes da República, neste período, foram paulistas e mineiros. - Política dos Governadores: os governadores dos estados e o presidente da República faziam acordos políticos, na base da troca de favores, para governarem de forma tranqüila. Os governadores não faziam oposição ao governo central e ganhavam, em troca deste apoio, liberação de verbas federais. Esta prática foi criada pelo presidente Campos Sales (1898-1902) e fortaleceu o poder dos coronéis em seus estados. Fim do coronelismo Com a Revolução de 1930 e a chegada de Getúlio Vargas à presidência da República, o coronelismo perdeu força e deixou de existir em várias regiões do Brasil. Apesar disso, algumas práticas do coronelismo, como, por exemplo, a compra de votos e fraudes eleitorais continuou existindo, por muito tempo, em algumas regiões.

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