quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Idade Média- Turma: 1001

HISTÓRIA IDADE MÉDIA Introdução A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre oImpério Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada. Estrutura Política Prevaleceu na Idade Média às relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. Ovação oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso. Todos os poderes jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos). Sociedade Medieval sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho de forno do senhor feudais). Economia Medieval. A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura. Religião na Idade Mediana Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo\os servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia. Educação, cultura e arte medieval A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Esta era marcada pela influência da Igreja, ensinando o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros. A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião. Podemos dizer que, no geral, a cultura medieval foi fortemente influenciada pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais. As Cruzadas No século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os muçulmanos conquistaram acidade sagrada de Jerusalém. Diante dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objetivo de expulsar os "infiéis" (árabes) da Terra Santa. Essas batalhas, entre, católicos e muçulmanos, duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de destruição. Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por diferenças religiosas, também possuíam um forte caráter econômico. Muitos cavaleiros cruzados, ao retornarem para a Europa, saqueavam cidades árabes e vendiam produtos nas estradas, nas chamadas feiras e rotas de comércio. De certa forma, as Cruzadas contribuíram para o renascimento urbano e comercial a partir do século XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi aberto para os contatos comerciais. As Guerras Medievais A guerra na Idade Média era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e o poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. Peste Negra ou Peste Bubônica Em meados do século XIV, uma doença devastou a população européia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreu desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e posto espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos. Revoltas Camponesas: as Jacqueries Após a Peste Negra, a população européia diminuiu muito. Muitos senhores feudais resolveram aumentar os impostos, taxas e obrigações de trabalho dos servos sobreviventes. Muitos tiveram que trabalhar dobrado para compensar o trabalho daqueles que tinham morrido na epidemia. Em muitas regiões da Inglaterra e da França estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos senhores feudais. Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objetivos, diminuindo a exploração e trazendo conquistas para os camponeses; EXERCÍCIOS (UEPA) Questão 1: “O Homem e o mundo”. O homem e o mundo De ciência avançada. O homem e o mundo Mas também de AIDS e fome Que mundo?De guerra, de terror. Onde a paz se faz ausente Mundo de pobres E a violência presente Mundo de ricos Que violência? Mundo, imundo, sujo e Do campo? Onde morrem poluível lavrador. Enfim... Homem Da cidade? Onde o homem É este o mundo que tens sofre horrores Para nele viver, procriar e Mundo de ontem, devagar morrer. Mundo de hoje, apressado, De que?Mundo de nets, sites, e De velhice, de doença, de email. Fome ou mesmo vítima da violência. Lenora Maria“Do campo? Onde morrem os lavradores. Da cidade? Onde o homem sofre horrores”. Compreensão da autora sobre campo e cidade, envolve visões de mundo que não apresentam espaços de negociação e de mediação entre os diversos grupos sociais que compõe o cenário urbano e rural em sociedades modernas. No entanto, estes espaços sempre existiram e revelaram ao longo da história diferentes formas de articulação e de negociação dos diversos sujeitos em situações adversas. Assim sendo, na Baixa Idade Média, os: A - vilões se mobilizavam a cada situação de sofrimento imposta pelos senhores, permitindo, deste modo, que lavradores e servos se livrassem facilmente das obrigações feudais, como a corvéia. B - mercadores itinerantes agiam coletivamente cada vez que os vilões tentavam impedir o acesso das caravanas nas vilas e cidades próximas as rotas marítimas, fortalecendo as guildas e corporações locais. C - mestres de ofício estimularam a criação das guildas, onde os mercadores podiam negociar os preços dos produtos locais e importados a serem vendidos nas feiras e nos mercados municipais localizadas nas principais cidades medievais. D - servos agruparam-se em associações criadas pela Igreja para defendê-los da superexploração feudal decorrente da crise generalizada de produção provocada pela guerra, pela fome e a peste que assolou o Ocidente Medieval. E - camponeses experimentaram, no interior da sociedade feudal, as mudanças nas técnicas agrícolas introduzidas no campo após o Ano Mil; estas revigoraram produção e criaram novos espaços de ação destes sujeitos no mundo do trabalho medieval. (UFPA) Questão 2: A imagem abaixo é um fragmento da famosa Tábula Peutingeriana, que representa a região da península grega próxima à ilha de Rhodes (em latim Insula Rhodos).Desenhada no século XII d. C., esta tábula demarca as principais estradas romanas ainda em uso na Idade Média.

História e Filosofia da Educação- 2001 e 3001

Colégio Estadual Geraque Collet História e Filosofia da Educação Os caminhos da escola Para quem está começando mais um período de aulas, parece que a escola sempre esteve por ali, aguardando o retorno de milhões de estudantes e professores, todos os anos. Mas não é bem assim. O modelo escolar que conhecemos é de certa forma recente e nem sempre existiu a oportunidade de frequentar um ambiente que estimule o desenvolvimento do ser humano. Nas sociedades mais antigas, formadas por nossos primeiros antepassados, o processo educativo iniciava no interior da família, passando depois a ser complementado por atividades realizadas com o resto da comunidade, como caçar, plantar, construir etc. Apenas as atividades mais específicas, como as religiosas e as artísticas, demandavam um aprendizado distinto. À medida que as sociedades se tornaram mais complexas, novas tarefas especializadas surgiram e, com isso, novos sistemas de aprendizagem. A educação também começou a ser usada para cristalizar a divisão de classes sociais que havia se estabelecido. Assim, os conhecimentos acumulados em gerações anteriores somente eram transmitidos a uma minoria da classe privilegiada. As grandes civilizações do Oriente Médio, do Egito, da Mesopotâmia e da América pré-colombiana utilizavam esse sistema. A invenção da escrita reforçou essa diferença. O educador Sócrates A grande revolução da educação iniciou na Grécia, no século 5 a.C., com Sócrates. Este filósofo é até hoje um modelo de educador e o sistema educativo liberal que surgiu a partir dele coincidiu com um desenvolvimento maior do pensamento e das artes. Nessa modalidade, ainda era privilegiada uma minoria, mas o pensamento crítico era individual, distanciando-se da concepção de castas fechadas, que preconizavam o saber como algo secreto. O cristianismo, com o início de sua expansão, propôs ideias educativas que buscavam moldar as pessoas segundo a visão cristã. Mas logo o sistema político, econômico e cultural que havia unificado o Ocidente ruiu, com a queda de Roma, dando início à Idade Média. Os mecanismos de transmissão do conhecimento foram interrompidos e a intelectualidade desorganizou-se. As ordens monásticas da Igreja conseguiram preservar a cultura da Antiguidade apenas de forma parcial, com muitas obras desaparecidas. Isso representou um grande retrocesso do pensamento mundial. Novamente a educação voltou à clandestinidade, pois os alunos das poucas escolas existentes em mosteiros e sedes episcopais eram formados para serem sacerdotes ou funcionários imperiais. A classe guerreira e nobre considerava a cultura como algo inútil e isso fizeram com que os letrados e cultos fossem uma classe fechada. As universidades A partir do século 11, a expansão das universidades mudou as condições de ensino radicalmente. Aos poucos, o saber de Aristóteles e Platão, assim como de outros gregos, voltou à tona, impulsionando a cultura europeia e o pensamento crítico, que se desenvolveu até assumir sua forma moderna no Renascimento. A educação retomou os antigos ideais clássicos que defendiam a conjunção harmoniosa do homem com a natureza e ideias inovadoras eram cada vez mais estimuladas. Mas esse período otimista logo findou, com as disputas ideológicas que surgiram com a Reforma Protestante e a Contra-Reforma católica. As universidades caíram em decadência e o pensamento só se desenvolveu nos poucos lugares em que o conflito religioso não foi tão duro. Os efeitos das disputas só foram percebidos mais tarde. Segundo o reformador Martinho Lutero, era preciso popularizar a leitura da Bíblia e, para isso, realizou uma tradução da mesma para o alemão. Esse movimento, aliado ao surgimento da imprensa, favoreceu a alfabetização de amplos setores da população. Já os católicos providenciaram novas instituições de educação, para formar as crianças desde cedo na fé. Eram os colégios, com métodos educacionais de grande refinamento psicológico. Por outro lado, a formação de sacerdotes também ganhou nova roupagem, com a criação de seminários, específicos para este fim. A educação e a cultura, durante a Era Moderna, já não eram mais consideradas “inúteis”, pois diversos setores precisavam dispor de pessoas letradas e cultas: as construções, a navegação, os exércitos etc. Com isso houve um novo movimento de especialização de funções, porque se percebeu impossível o domínio de todos os campos do conhecimento. O século da educação Em meados do século 17, as lutas religiosas tiveram fim e o conhecimento começou a se constituir fora da influência das igrejas. O século 18, chamado de o século da educação, foi marcado por um espírito otimista, baseado na ideia de que o progresso da razão e da ciência poderia levar a humanidade a uma espécie de paraíso terrestre. Fato marcante desse período foi a criação da enciclopédia francesa: um sistema educativo que buscava reunir todo o conhecimento disponível. O Iluminismo foi um grande movimento ideológico e cultural do qual participaram as maiores inteligências da época, de Jean-Jacques Rousseau a Immanuel Kant. Seus participantes tinham consciência da necessidade de expandir a educação a todos os níveis da sociedade. Esse movimento ganhou corpo na mesma época em que o mundo sofria diversas revoluções: industrial, econômica, científica, cultural e política. Rousseau elaborou a tese de que o ser humano é bom por natureza, mas precisa ser direcionado para que seus dons naturais se desenvolvam. Essa ideia continua a exercer influência na pedagogia de hoje. A necessidade de qualificar a mão de obra e a pressão da classe trabalhadora levou os governos burgueses a ampliar a oferta de educação a mais pessoas. No final do século 19, a maior parte dos países industrializados já tinha conseguido atrair para a escola quase toda a população infantil, reduzindo drasticamente as taxas de analfabetismo. Escola para todos Durante o século XX a educação primária foi estendida a grande parcela da população mundial. Os países latino-americanos e as ex-colônias fizeram esforços para recuperar séculos de estagnação na área educacional, buscando diminuir a desvantagem em relação às nações industrializadas. A pobreza e a explosão demográfica dificultaram o processo de alfabetização e, chegando ao final do milênio, muitos países ainda estavam longe de cumprir com os objetivos de estender a educação a todos. Por causa da democratização do ensino fundamental, produziu-se uma demanda maior pelo ensino médio e superior, criando nova dificuldade: as universidades não comportam a quantidade de alunos que saem das escolas. Os trabalhos de teóricos da educação continuaram e o estudo da pedagogia infantil e das relações escolares foi aprofundado. Diversas correntes surgiram, mas a tendência geral foi de limitação do autoritarismo e do aumento de liberdade de ação e pensamento das crianças. As atividades físicas, a informática, os cuidados com a natureza, o estímulo às artes e outros conteúdos menos tradicionais foram valorizados, visando à formação das crianças para a sociedade contemporânea. Ainda há muito que se conquistar, em matéria de educação, especialmente em países cujas riquezas estão distribuídas de maneira extremamente desigual, como o Brasil. Queremos acreditar que o futuro nos reserva uma grande melhoria no sistema educacional, para que cada criança e jovem de nosso mundo possam chegar ao início do ano ansioso pelo que vai viver e aprender na escola.

A Reforma Protestante- Turma: 701

A Reforma Religiosa 701 No século XVI iniciou-se um amplo movimento de reforma religiosa, responsável pela quebra do monopólio da Igreja Católica sobre o mundo cristão ocidental. Introdução O movimento de reforma religiosa deve ser compreendido dentro de um quadro maior de transformações, que caracterizam a transição feudo capitalista. Durante a Baixa Idade Média, a Europa passou por um conjunto de transformações sociais econômicas e políticas, que permitiram a uma nova sociedade, questionar o comportamento do clero e a doutrina da Igreja. Fatores da Reforma: 1) A crise interna à Igreja era caracterizada pelo comportamento imoral de parte do clero, situação que se desenvolvera por séculos, desde a Idade Média. A simonia era uma prática comum, secular, caracterizada pela venda de objetos considerados sagrados ou a venda de cargos religiosos. Os grandes senhores feudais compravam cargos eclesiásticos como forma de aumentar seu poder ou garantir uma fonte de renda para seus filhos, originando um processo conhecido como "investidura leiga", principalmente no Sacro Império. A preocupação com as questões materiais - poder e riqueza- levou principalmente o alto clero a um maior distanciamento das preocupações religiosas ou mesmo de caráter moral. O nicolaísmo retrata um outro aspecto do desregramento moral do clero, a partir do qual o casamento de membros do clero levava-os a uma preocupação maior com os bens materiais, que seriam deixados em herança para os filhos e a partir daí determinavam o comportamento "mundano" dessa parcela do clero. 2) A ascensão da burguesia, possuidora de uma nova mentalidade, vinculada a idéia de lucro e que encontrava na Igreja Católica um obstáculo. A Igreja desde a Idade Média procurava regular as atividades econômicas a partir de seus dogmas e nesse sentido condenava o lucro e a usura (empréstimo de dinheiro à juros) inibindo a atividade mercantil, burguesa. Vale lembrar que a burguesia européia nasce cristã e dessa forma passará a procurar uma forma de conciliar suas atividades econômicas e o ideal de lucro com sua fé. 3) A ascensão do poder real; no século XVI formava-se ou consolidava-se o absolutismo em diversos países europeus e o controle da Igreja ou da religião passou a interessar aos reis como forma de ampliar ou legitimar seu poder, explicando a intolerância religiosa que marcará a Europa nos séculos seguintes. O melhor exemplo desse vínculo entre a nova forma de poder e a religião surgirá na Inglaterra com a criação de uma Igreja Nacional, subordinada a autoridade do Rei. 4) A mentalidade renascentista refletiu o desenvolvimento de uma nova mentalidade, caracterizada pelo individualismo e pelo racionalismo e ao mesmo tempo permitiu o desenvolvimento do senso crítico, impensável até então, determinando um conjunto de críticas ao comportamento do clero. Antecedentes A Reforma do século XVI foi precedida por várias manifestações contrárias ao monopólio da Igreja sobre a religiosidade e contra o comportamento imoral do clero: as heresias medievais, a Querela das Investiduras, o Cisma do Oriente e os movimentos reformadores. Os principais precursores da Reforma foram John Wycliffe e Jan Huss. Wycliffe nasceu, viveu e estudou na Inglaterra no século XIV onde desenvolveu uma "teoria da comunidade invisível dos eleitos" e defendeu também a devolução dos bens eclesiásticos ao poder temporal, encarnado pelo soberano. Em 1381 defendeu em público a insurreição camponesa. Jan Huss nasceu em 1373 na Boêmia onde estudou, ordenou-se e adquiriu grande popularidade com seus sermões, marcados pela influência de Wycliffe, carregados de críticas aos abusos eclesiásticos. Suas críticas foram radicalizadas na obra De ecclesia (Sobre a Igreja). Condenado pelo Concílio de Constança, foi queimado em 1415. Martinho Lutero Nasceu em 1483 na cidade de Eisleben. Iniciou os estudos de direito em 1505 e os abandonou no mesmo ano, trocando-o pela vida religiosa, sem o apoio do pai. Tornou-se monge e depois padre. Apesar de dedicado à Igreja, sempre esteve atormentado por duas grandes dúvidas: o poder da salvação atribuído a lugares santos e posteriormente a venda de indulgências. No inverno de 1510 - 11 foi a Roma em missão de sua ordem e visitou lugares sacros; em um deles, para que uma alma se libertasse do purgatório, teve que recitar um pai nosso em latim a cada degrau da escada sagrada. Professor na Universidade de Wittenberg, fundada por Frederico da Saxônia, aprofundou seus estudos bíblicos e passou a acreditar que a Salvação não dependia do que as pessoas fizessem , mas daquilo em que acreditassem. Já não considerava Deus como um contador com quem devia barganhar, ou um juiz severo a ser aplacado com boas ações. Cristo viera para salvar os pecadores, a salvação não seria alcançada com esforços insignificantes mas com a fé no próprio Deus. Assim muitos dos princípios da Igreja pareceram irrelevantes e blasfemos à Lutero. Especialmente suspeitos eram: a noção de que Deus recompensa um cristão na proporção das orações, peregrinações ou contribuições; o culto dos santos e de suas relíquias e a venda de Indulgências. A venda de indulgências pode ser considerada como a gota d'água para o movimento reformador. No interior do Sacro Império, o pregador Johann Tetzel era o responsável pela venda do perdão; para ele não era preciso o arrependimento do comprador das indulgências para que elas fossem eficazes. Oficialmente Tetzel estava levantando fundos para a reconstrução da Basílica de São Pedro, em Roma, mas ao mesmo tempo estava a serviço do arcebispo de Mainz, endividado junto ao banco de Fugger. Esse foi o momento em que Lutero percebe que as críticas internas à Igreja não surtiriam efeito, aliás, críticas que eram feitas antes de 1517, quando publicou as "95 teses", tornando suas críticas publicas e tornando-se uma ameaça à Igreja de Roma Para Lutero a salvação era uma questão de FÉ e portanto dependia de cada fiel; a Igreja não era necessária, mas útil à salvação, sendo que as Escrituras Sagradas eram a única fonte de fé. Lutero preservou apenas dois sacramentos: o batismo e a comunhão, acreditando que na eucaristia havia a presença real de cristo, porém sem transubstanciação. O culto foi simplificado, com a instrução e comunhão, substituindo o latim pelo alemão. Lutero e seu Tempo Início do século XVI. O Sacro Império abrange principalmente os Estados Germânicos, divididos em grandes Principados. Em seu interior predomina o trabalho servil na terra ao mesmo tempo em que algumas cidades vivem de um comércio próspero. Apesar do termo "Império", a situação esta longe da existência de um poder absolutista, ao contrário do que ocorre em Portugal e na Espanha. Em 1519, assumiu o trono Carlos V, que era rei dos Países Baixos desde 1515 e rei da Espanha desde 1516. Pretendendo unificar seus vastos domínios e a instaurar uma monarquia universal católica, o Imperador foi obrigado a enfrentar os príncipes germânicos, contrários a centralização do poder. As disputas políticas envolvendo a tendência centralizadora do imperador e os interesses dos príncipes foi uma constante desde a formação do Sacro Império, em . Esta situação de disputa política foi aproveitada por Lutero, que atraiu os Príncipes para suas idéias reformistas, na medida em que o imperador era católico, e por sua vez pretendia utilizar o apoio da Igreja Católica para reforçar sua autoridade. Parcela significativa da burguesia também apoiou as teorias de Lutero, que reforçava o individualismo. Questões para reflexões 1-(PUC-RS) INSTRUÇÃO: Responder à questão abaixo sobre a Reforma Protestante com base no texto abaixo. ” Que diria Jerônimo se pudesse ver o leite da Virgem exibido por dinheiro, recebendo tanta veneração quanto o corpo consagrado de Cristo; óleos milagrosos; os fragmentos da verdadeira cruz, suficientes, se fossem reunidos, para fabricar um grande navio? Aqui temos o capuz de São Francisco, ali a saia de Nossa Senhora, ou o pente de Santa Ana... não apresentados como auxiliares inocentes da religião, e sim como a substância própria da religião – e tudo pela avareza dos padres e hipocrisia dos monges que brincam com a credulidade do povo.” (ERASMO apud Will Durant. A Reforma. Rio de Janeiro: Record, [ s.d.] , p. 239). Segundo o texto acima, no século XVI, Erasmo de Rotterdam, monge agostiniano e professor de Teologia, criticou : a) a venda de indulgências e a simonia. b) a falta de fé em Cristo e na Virgem Maria. c) o livre exame das questões teológicas e econômicas. d) a extorsão da propriedade privada e a condenação da usura. e) a multiplicidade de santos cristãos e o fanatismo religioso. 2. (PUC-PR) O estudo da Reforma Luterana e Calvinista e fatores econômicos envolvidos permitem afirmar: I – Lutero pertencia à ordem dos Agostinianos, preterida na venda de indulgências na Alemanha, dado que os Dominicanos foram escolhidos. II – Muitos nobres alemães, em cujas terras o clero católico possuía extensas propriedades, apoiaram Lutero após este ter recomendado a confiscação de tal patrimônio. III – Embora a Igreja Católica tivesse restrições aos juros e lucros, estas estavam abrandadas no século XVI, sendo católicos os poderosos banqueiros “Fuggers”, de Augsburgo. IV – Quando ocorreu a Revolta dos Camponeses, inspirada em interpretações próprias da Bíblia, nobres católicos e protestantes uniram-se para defender suas terras.  V – João Calvino ensinou que as pessoas que prosperavam nos negócios e profissões tinham no sucesso a marca divina da “predestinação”, que eram favorecidas por Deus. a) Somente as opções I e IV estão corretas. b) Somente as opções II e III estão corretas. c) Todas as opções estão corretas. d) Somente as opções I, II e IV estão corretas. e) Somente as opções I, III e V estão corretas.1. (Enem/1999) "(...) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há outros de segunda ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em redor do Sol. (...) Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não superficialmente mas duma maneira aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos." (COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium.) "Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme nem bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode-se considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações matemáticas." (VINCI, Leonardo da. Carnets.) O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o racionalismo moderno é : a) a fé como guia das descobertas b) o senso crítico para se chegar a Deus c) a limitação da ciência pelos princípios bíblicos d) a importância da experiência e da observação e) o princípio da autoridade e da tradição 4-No século XVI. época das reformas religiosas na Europa, a Igreja Católica:  a) opõe-se vigorosamente às terríveis guerras religiosas.  b) toma-se tolerante para atrair as ovelhas desgarradas  c) revê seus dogmas, adaptando-se aos novos tempos.  d) reafirma a Bíblia como fonte única da verdade divina.  e) “associa-se” ao projeto colonizador da América ibérica.  5-Na Inglaterra percebemos um movimento reformista bastante peculiar. Desde meados do século XIV, o teólogo John Wyclif realizou duras críticas ao poder material da Igreja e fez a tradução da Bíblia para o inglês. Além dele, Thomas Morus também teceu críticas ao papel desempenhado pela Igreja Católica durante o século XVI. No reinado de Henrique VIII, o Estado tinha controle sobre os cargos religiosos, nomeando padres, bispos e cardeais. Nesse período, as relações entre Henrique VIII e a Igreja chegava ao seu fim quando o papa se negou a anular seu casamento com Catarina de Aragão. Dos cinco filhos que teve com Catarina, apenas uma menina havia sobrevivido. Preocupado com a linha sucessória de sua dinastia, Henrique VIII desejou casar-se com Ana Bolena, buscando o nascimento de um herdeiro homem. Tendo negada a anulação de seu casamento, Henrique VIII resolveu criar uma nova instituição religiosa e anular os poderes da Igreja Católica na Inglaterra. Em 1534, o parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia que anunciou a criação da Igreja Anglicana.  O anglicanismo preservara os moldes hierárquicos e a adoração aos santos católicos. No que se refere às suas doutrinas, o anglicanismo incorporou alguns princípios calvinistas. Além disso, o poder exercido pela Igreja Anglicana concedeu condições para que o Estado se apropriasse das terras em posse dos clérigos católicos. A partir dessas novas medidas estabelecidas pelo anglicanismo, o poder de influência da Igreja Católica sobre as questões do governo britânico sofreu uma grande limitação. Por outro lado, as características desta nova igreja cristã incentivaram a ampliação das atividades burguesas na Inglaterra.

Renascimnto- Turma: 1001

História-1001 Renascimento Cultural História do Renascimento Cultural, artistas do Renascimento Artístico, Renascimento Científico,  arte na Renascença Italiana, grandes obras de artistas italianos, resumo Davi: obra de Michelangelo (grande escultor e pintor italiano) Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença. Contexto Histórico  As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc. Os  governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem  pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas. Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento. Características Principais:  - Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais; - As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico; - Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus ( teocentrismo ), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo); - A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo. Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas,  começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo.  Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Polônia e Países Baixos.     Mona Lisa de Leonardo da Vinci: uma das obras de arte mais conhecidas do Renascimento Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras: - Giotto di Bondone (1266-1337) - pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final. - Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida). - Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus). - Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia. - Sandro Botticelli - (1445-1510)- pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera. - Tintoretto - (1518-1594) - importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. Obras principais: Paraíso e Última Ceia. - Veronese - (1528-1588) - nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto. - Ticiano - (1488-1576) - o mais importante pintor da Escola de Veneza do Renascimento Italiano. Sua grande obra foi O imperador Carlos V em Muhlberg de 1548. Renascimento Científico  Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária idéia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar). Copérnico também estudou os movimentos das estrelas. Galileu Galilei: um dos principais representantes do Renascimento Científico Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a idéia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galilei fosse perseguido, preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta idéia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas idéias para fugir fogueira. A invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenberg em 1439, revolucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu o método manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A invenção foi de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no Renascimento.  

Texto para interpretação- Turma 601

Colégio Estadual Geraque Collet História- 601 Trabalhando com interpretação de texto
Monteiro Lobato Leia o fragmento de texto: As aventuras de Pedrinho, Emília e o Visconde na Grécia Antiga. Monteiro Lobato estava sempre criando novas histórias. A turma do Sítio do Pica-pau Amarelo viveu muitas aventuras com personagens famosos, tais como: Pequeno Polegar, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Popeye, Gato Félix, Dom Quixote e muitos outros. Leia um trecho de uma dessas aventuras em que Pedrinho, Emília e o Visconde vão pra a Grécia Antiga, viver uma grande aventura com Hércules, um grande herói grego. Para isso, utilizam o pó de pirlimpimpim. Troque idéias com seus colegas sobre o que esse pó faz. Preparativos Pedrinho explicou ao Visconde os seus planos de nova viagem pelos tempos heroicos da Grécia Antiga. “Vamos nós três, eu, você e a Emília.” (…) — Que quantidade de pó quer? — indagou o Visconde. — Um canudo bem cheio. O pó de pirlimpimpim era conduzido num canudinho de taquara-do-reino,bem atado à sua cintura. Ele tomava todas as precauções para não perder o precioso canudo, pois do contrário não poderia voltar nunca mais. Mas como em aventuras arrojadas a gente tem de contar com tudo, o Visconde sugeriu uma idéia ditada pela prudência. — O melhor é levarmos três canudos, um com você, outro comigo e outro com a Emília. Desse modo ficaremos três vezes mais garantidos. (…) No terceiro dia pela manhã já tudo estava pronto para a partida. Pedrinho deu uma pitada de pó a cada um e contou: Um… dois e … TRÊS! Na voz de Três, todos levaram ao nariz as pitadinhas e aspiraram-nas a um tempo. Sobreveio o fim e pronto. Instantes depois Pedrinho, o Visconde e Emília acordavam na Grécia Heroica, nas proximidades da Neméia. Era para onde haviam calculado o pó, pois a primeira façanha de Hércules ia ser a luta do herói contra o leão da lua que havia caído lá. O pó de pirlimpimpim causava uma total perda dos sentidos, e depois do desmaio vinha uma tontura da qual os viajantes saíam lentamente. Quem primeiro falou foi Emília: — Estou começando a ver a Grécia, mas tudo muito atrapalhado ainda… Parece que descemos num pomar… (…)                                      LOBATO, M. Os Doze Trabalhos de Hércules. São Paulo Brasiliense, 19ª edição, 1995. Responda: 1. Localize no texto e escreva no caderno. a) O nome das personagens que aparecem na história. b) O local onde essas personagens estavam e o local para onde elas foram. c) Como as personagens conseguiram chegar lá. d) Quem elas iriam encontrar lá. 2. O que aconteceria se eles perdessem o pó? 3. O que as personagens fazem para evitar perder o pó? 4. Explique o sentido do trecho: “Mas como em aventuras arrojadas a gente tem de contar com tudo, o Visconde sugeriu uma idéia ditada pela prudência.” 5. Quando uma pessoa aspirava o pó, o que sentia? 6. Qual seria a primeira aventura de Hércules que as personagens iriam presenciar? 7. O que você acha que as personagens sentiram quando viram Hércules lutando contra o leão? 8. Você acha que Hércules conseguiu derrotar o leão? Por quê? 9. Transforme os  substantivos   em   adjetivos (características), relacionando   com   as personagens:  “esperteza  -   atrevimento  -  coragem  -  sapiência  -  prudência” Pedrinho  é  __________________________________ Visconde  é __________________________________ Emília   é   ___________________________________ 10. Você conhece outra aventura vivida pela turma do sítio com alguma personagem bem conhecida como Hércules? Pesquisa( 10%). Fazer uma pesquisa sobre os 12 trabalhos de Hércules(escrito a mão). Fazer o mapa múndi e localizar a Grécia. Escrever as respostas no caderno.

domingo, 12 de agosto de 2012

História-1001 Renascimento Cultural História do Renascimento Cultural, artistas do Renascimento Artístico, Renascimento Científico,  arte na Renascença Italiana, grandes obras de artistas italianos, resumo Davi: obra de Michelangelo (grande escultor e pintor italiano) Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença. Contexto Histórico  As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc. Os  governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem  pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas. Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento. Características Principais:  - Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais; - As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico; - Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus ( teocentrismo ), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo); - A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo. Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas,  começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo.  Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Polônia e Países Baixos.     Mona Lisa de Leonardo da Vinci: uma das obras de arte mais conhecidas do Renascimento Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras: - Giotto di Bondone (1266-1337) - pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final. - Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida). - Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus). - Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia. - Sandro Botticelli - (1445-1510)- pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera. - Tintoretto - (1518-1594) - importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. Obras principais: Paraíso e Última Ceia. - Veronese - (1528-1588) - nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto. - Ticiano - (1488-1576) - o mais importante pintor da Escola de Veneza do Renascimento Italiano. Sua grande obra foi O imperador Carlos V em Muhlberg de 1548. Renascimento Científico  Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária idéia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar). Copérnico também estudou os movimentos das estrelas. Galileu Galilei: um dos principais representantes do Renascimento Científico Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a idéia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galilei fosse perseguido, preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta idéia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas idéias para fugir fogueira. A invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenberg em 1439, revolucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu o método manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A invenção foi de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no Renascimento.  
A Reforma Religiosa 1001 No século XVI iniciou-se um amplo movimento de reforma religiosa, responsável pela quebra do monopólio da Igreja Católica sobre o mundo cristão ocidental. Introdução O movimento de reforma religiosa deve ser compreendido dentro de um quadro maior de transformações, que caracterizam a transição feudo capitalista. Durante a Baixa Idade Média, a Europa passou por um conjunto de transformações sociais econômicas e políticas, que permitiram a uma nova sociedade, questionar o comportamento do clero e a doutrina da Igreja. Fatores da Reforma: 1) A crise interna à Igreja era caracterizada pelo comportamento imoral de parte do clero, situação que se desenvolvera por séculos, desde a Idade Média. A simonia era uma prática comum, secular, caracterizada pela venda de objetos considerados sagrados ou a venda de cargos religiosos. Os grandes senhores feudais compravam cargos eclesiásticos como forma de aumentar seu poder ou garantir uma fonte de renda para seus filhos, originando um processo conhecido como "investidura leiga", principalmente no Sacro Império. A preocupação com as questões materiais - poder e riqueza- levou principalmente o alto clero a um maior distanciamento das preocupações religiosas ou mesmo de caráter moral. O nicolaísmo retrata um outro aspecto do desregramento moral do clero, a partir do qual o casamento de membros do clero levava-os a uma preocupação maior com os bens materiais, que seriam deixados em herança para os filhos e a partir daí determinavam o comportamento "mundano" dessa parcela do clero. 2) A ascensão da burguesia, possuidora de uma nova mentalidade, vinculada a idéia de lucro e que encontrava na Igreja Católica um obstáculo. A Igreja desde a Idade Média procurava regular as atividades econômicas a partir de seus dogmas e nesse sentido condenava o lucro e a usura (empréstimo de dinheiro à juros) inibindo a atividade mercantil, burguesa. Vale lembrar que a burguesia européia nasce cristã e dessa forma passará a procurar uma forma de conciliar suas atividades econômicas e o ideal de lucro com sua fé. 3) A ascensão do poder real; no século XVI formava-se ou consolidava-se o absolutismo em diversos países europeus e o controle da Igreja ou da religião passou a interessar aos reis como forma de ampliar ou legitimar seu poder, explicando a intolerância religiosa que marcará a Europa nos séculos seguintes. O melhor exemplo desse vínculo entre a nova forma de poder e a religião surgirá na Inglaterra com a criação de uma Igreja Nacional, subordinada a autoridade do Rei. 4) A mentalidade renascentista refletiu o desenvolvimento de uma nova mentalidade, caracterizada pelo individualismo e pelo racionalismo e ao mesmo tempo permitiu o desenvolvimento do senso crítico, impensável até então, determinando um conjunto de críticas ao comportamento do clero. Antecedentes A Reforma do século XVI foi precedida por várias manifestações contrárias ao monopólio da Igreja sobre a religiosidade e contra o comportamento imoral do clero: as heresias medievais, a Querela das Investiduras, o Cisma do Oriente e os movimentos reformadores. Os principais precursores da Reforma foram John Wycliffe e Jan Huss. Wycliffe nasceu, viveu e estudou na Inglaterra no século XIV onde desenvolveu uma "teoria da comunidade invisível dos eleitos" e defendeu também a devolução dos bens eclesiásticos ao poder temporal, encarnado pelo soberano. Em 1381 defendeu em público a insurreição camponesa. Jan Huss nasceu em 1373 na Boêmia onde estudou, ordenou-se e adquiriu grande popularidade com seus sermões, marcados pela influência de Wycliffe, carregados de críticas aos abusos eclesiásticos. Suas críticas foram radicalizadas na obra De ecclesia (Sobre a Igreja). Condenado pelo Concílio de Constança, foi queimado em 1415. Martinho Lutero Nasceu em 1483 na cidade de Eisleben. Iniciou os estudos de direito em 1505 e os abandonou no mesmo ano, trocando-o pela vida religiosa, sem o apoio do pai. Tornou-se monge e depois padre. Apesar de dedicado à Igreja, sempre esteve atormentado por duas grandes dúvidas: o poder da salvação atribuído a lugares santos e posteriormente a venda de indulgências. No inverno de 1510 - 11 foi a Roma em missão de sua ordem e visitou lugares sacros; em um deles, para que uma alma se libertasse do purgatório, teve que recitar um pai nosso em latim a cada degrau da escada sagrada. Professor na Universidade de Wittenberg, fundada por Frederico da Saxônia, aprofundou seus estudos bíblicos e passou a acreditar que a Salvação não dependia do que as pessoas fizessem , mas daquilo em que acreditassem. Já não considerava Deus como um contador com quem devia barganhar, ou um juiz severo a ser aplacado com boas ações. Cristo viera para salvar os pecadores, a salvação não seria alcançada com esforços insignificantes mas com a fé no próprio Deus. Assim muitos dos princípios da Igreja pareceram irrelevantes e blasfemos à Lutero. Especialmente suspeitos eram: a noção de que Deus recompensa um cristão na proporção das orações, peregrinações ou contribuições; o culto dos santos e de suas relíquias e a venda de Indulgências. A venda de indulgências pode ser considerada como a gota d'água para o movimento reformador. No interior do Sacro Império, o pregador Johann Tetzel era o responsável pela venda do perdão; para ele não era preciso o arrependimento do comprador das indulgências para que elas fossem eficazes. Oficialmente Tetzel estava levantando fundos para a reconstrução da Basílica de São Pedro, em Roma, mas ao mesmo tempo estava a serviço do arcebispo de Mainz, endividado junto ao banco de Fugger. Esse foi o momento em que Lutero percebe que as críticas internas à Igreja não surtiriam efeito, aliás, críticas que eram feitas antes de 1517, quando publicou as "95 teses", tornando suas críticas publicas e tornando-se uma ameaça à Igreja de Roma Para Lutero a salvação era uma questão de FÉ e portanto dependia de cada fiel; a Igreja não era necessária, mas útil à salvação, sendo que as Escrituras Sagradas eram a única fonte de fé. Lutero preservou apenas dois sacramentos: o batismo e a comunhão, acreditando que na eucaristia havia a presença real de cristo, porém sem transubstanciação. O culto foi simplificado, com a instrução e comunhão, substituindo o latim pelo alemão. Lutero e seu Tempo Início do século XVI. O Sacro Império abrange principalmente os Estados Germânicos, divididos em grandes Principados. Em seu interior predomina o trabalho servil na terra ao mesmo tempo em que algumas cidades vivem de um comércio próspero. Apesar do termo "Império", a situação esta longe da existência de um poder absolutista, ao contrário do que ocorre em Portugal e na Espanha. Em 1519, assumiu o trono Carlos V, que era rei dos Países Baixos desde 1515 e rei da Espanha desde 1516. Pretendendo unificar seus vastos domínios e a instaurar uma monarquia universal católica, o Imperador foi obrigado a enfrentar os príncipes germânicos, contrários a centralização do poder. As disputas políticas envolvendo a tendência centralizadora do imperador e os interesses dos príncipes foi uma constante desde a formação do Sacro Império, em . Esta situação de disputa política foi aproveitada por Lutero, que atraiu os Príncipes para suas idéias reformistas, na medida em que o imperador era católico, e por sua vez pretendia utilizar o apoio da Igreja Católica para reforçar sua autoridade. Parcela significativa da burguesia também apoiou as teorias de Lutero, que reforçava o individualismo. Questões para reflexões 1-(PUC-RS) INSTRUÇÃO: Responder à questão abaixo sobre a Reforma Protestante com base no texto abaixo. ” Que diria Jerônimo se pudesse ver o leite da Virgem exibido por dinheiro, recebendo tanta veneração quanto o corpo consagrado de Cristo; óleos milagrosos; os fragmentos da verdadeira cruz, suficientes, se fossem reunidos, para fabricar um grande navio? Aqui temos o capuz de São Francisco, ali a saia de Nossa Senhora, ou o pente de Santa Ana... não apresentados como auxiliares inocentes da religião, e sim como a substância própria da religião – e tudo pela avareza dos padres e hipocrisia dos monges que brincam com a credulidade do povo.” (ERASMO apud Will Durant. A Reforma. Rio de Janeiro: Record, [ s.d.] , p. 239). Segundo o texto acima, no século XVI, Erasmo de Rotterdam, monge agostiniano e professor de Teologia, criticou : a) a venda de indulgências e a simonia. b) a falta de fé em Cristo e na Virgem Maria. c) o livre exame das questões teológicas e econômicas. d) a extorsão da propriedade privada e a condenação da usura. e) a multiplicidade de santos cristãos e o fanatismo religioso. 2. (PUC-PR) O estudo da Reforma Luterana e Calvinista e fatores econômicos envolvidos permitem afirmar: I – Lutero pertencia à ordem dos Agostinianos, preterida na venda de indulgências na Alemanha, dado que os Dominicanos foram escolhidos. II – Muitos nobres alemães, em cujas terras o clero católico possuía extensas propriedades, apoiaram Lutero após este ter recomendado a confiscação de tal patrimônio. III – Embora a Igreja Católica tivesse restrições aos juros e lucros, estas estavam abrandadas no século XVI, sendo católicos os poderosos banqueiros “Fuggers”, de Augsburgo. IV – Quando ocorreu a Revolta dos Camponeses, inspirada em interpretações próprias da Bíblia, nobres católicos e protestantes uniram-se para defender suas terras.  V – João Calvino ensinou que as pessoas que prosperavam nos negócios e profissões tinham no sucesso a marca divina da “predestinação”, que eram favorecidas por Deus. a) Somente as opções I e IV estão corretas. b) Somente as opções II e III estão corretas. c) Todas as opções estão corretas. d) Somente as opções I, II e IV estão corretas. e) Somente as opções I, III e V estão corretas.1. (Enem/1999) "(...) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há outros de segunda ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em redor do Sol. (...) Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não superficialmente mas duma maneira aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos." (COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium.) "Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme nem bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode-se considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações matemáticas." (VINCI, Leonardo da. Carnets.) O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o racionalismo moderno é : a) a fé como guia das descobertas b) o senso crítico para se chegar a Deus c) a limitação da ciência pelos princípios bíblicos d) a importância da experiência e da observação e) o princípio da autoridade e da tradição 4-No século XVI. época das reformas religiosas na Europa, a Igreja Católica:  a) opõe-se vigorosamente às terríveis guerras religiosas.  b) toma-se tolerante para atrair as ovelhas desgarradas  c) revê seus dogmas, adaptando-se aos novos tempos.  d) reafirma a Bíblia como fonte única da verdade divina.  e) “associa-se” ao projeto colonizador da América ibérica.  5-Na Inglaterra percebemos um movimento reformista bastante peculiar. Desde meados do século XIV, o teólogo John Wyclif realizou duras críticas ao poder material da Igreja e fez a tradução da Bíblia para o inglês. Além dele, Thomas Morus também teceu críticas ao papel desempenhado pela Igreja Católica durante o século XVI. No reinado de Henrique VIII, o Estado tinha controle sobre os cargos religiosos, nomeando padres, bispos e cardeais. Nesse período, as relações entre Henrique VIII e a Igreja chegava ao seu fim quando o papa se negou a anular seu casamento com Catarina de Aragão. Dos cinco filhos que teve com Catarina, apenas uma menina havia sobrevivido. Preocupado com a linha sucessória de sua dinastia, Henrique VIII desejou casar-se com Ana Bolena, buscando o nascimento de um herdeiro homem. Tendo negada a anulação de seu casamento, Henrique VIII resolveu criar uma nova instituição religiosa e anular os poderes da Igreja Católica na Inglaterra. Em 1534, o parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia que anunciou a criação da Igreja Anglicana.  O anglicanismo preservara os moldes hierárquicos e a adoração aos santos católicos. No que se refere às suas doutrinas, o anglicanismo incorporou alguns princípios calvinistas. Além disso, o poder exercido pela Igreja Anglicana concedeu condições para que o Estado se apropriasse das terras em posse dos clérigos católicos. A partir dessas novas medidas estabelecidas pelo anglicanismo, o poder de influência da Igreja Católica sobre as questões do governo britânico sofreu uma grande limitação. Por outro lado, as características desta nova igreja cristã incentivaram a ampliação das atividades burguesas na Inglaterra.
Colégio Estadual Geraque Collet História e Filosofia da Educação- Profª Nilva Turmas: 2001 e 3001 Os caminhos da escola Para quem está começando mais um período de aulas, parece que a escola sempre esteve por ali, aguardando o retorno de milhões de estudantes e professores, todos os anos. Mas não é bem assim. O modelo escolar que conhecemos é de certa forma recente e nem sempre existiu a oportunidade de frequentar um ambiente que estimule o desenvolvimento do ser humano. Nas sociedades mais antigas, formadas por nossos primeiros antepassados, o processo educativo iniciava no interior da família, passando depois a ser complementado por atividades realizadas com o resto da comunidade, como caçar, plantar, construir etc. Apenas as atividades mais específicas, como as religiosas e as artísticas, demandavam um aprendizado distinto. À medida que as sociedades se tornaram mais complexas, novas tarefas especializadas surgiram e, com isso, novos sistemas de aprendizagem. A educação também começou a ser usada para cristalizar a divisão de classes sociais que havia se estabelecido. Assim, os conhecimentos acumulados em gerações anteriores somente eram transmitidos a uma minoria da classe privilegiada. As grandes civilizações do Oriente Médio, do Egito, da Mesopotâmia e da América pré-colombiana utilizavam esse sistema. A invenção da escrita reforçou essa diferença. O educador Sócrates A grande revolução da educação iniciou na Grécia, no século 5 a.C., com Sócrates. Este filósofo é até hoje um modelo de educador e o sistema educativo liberal que surgiu a partir dele coincidiu com um desenvolvimento maior do pensamento e das artes. Nessa modalidade, ainda era privilegiada uma minoria, mas o pensamento crítico era individual, distanciando-se da concepção de castas fechadas, que preconizavam o saber como algo secreto. O cristianismo, com o início de sua expansão, propôs ideias educativas que buscavam moldar as pessoas segundo a visão cristã. Mas logo o sistema político, econômico e cultural que havia unificado o Ocidente ruiu, com a queda de Roma, dando início à Idade Média. Os mecanismos de transmissão do conhecimento foram interrompidos e a intelectualidade desorganizou-se. As ordens monásticas da Igreja conseguiram preservar a cultura da Antiguidade apenas de forma parcial, com muitas obras desaparecidas. Isso representou um grande retrocesso do pensamento mundial. Novamente a educação voltou à clandestinidade, pois os alunos das poucas escolas existentes em mosteiros e sedes episcopais eram formados para serem sacerdotes ou funcionários imperiais. A classe guerreira e nobre considerava a cultura como algo inútil e isso fizeram com que os letrados e cultos fossem uma classe fechada. As universidades A partir do século XI, a expansão das universidades mudou as condições de ensino radicalmente. Aos poucos, o saber de Aristóteles e Platão, assim como de outros gregos, voltou à tona, impulsionando a cultura europeia e o pensamento crítico, que se desenvolveu até assumir sua forma moderna no Renascimento. A educação retomou os antigos ideais clássicos que defendiam a conjunção harmoniosa do homem com a natureza e ideias inovadoras eram cada vez mais estimuladas. Mas esse período otimista logo findou, com as disputas ideológicas que surgiram com a Reforma Protestante e a Contra-Reforma católica. As universidades caíram em decadência e o pensamento só nos desenvolveu poucos lugares em que o conflito religioso não foi tão duro. Os efeitos das disputas só foram percebidos mais tarde. Segundo o reformador Martinho Lutero, era preciso popularizar a leitura da Bíblia e, para isso, realizou uma tradução da mesma para o alemão. Esse movimento, aliado ao surgimento da imprensa, favoreceu a alfabetização de amplos setores da população. Já os católicos providenciaram novas instituições de educação, para formar As crianças desde cedo na fé. Eram os colégios, com métodos educacionais de grande refinamento psicológico. Por outro lado, a formação de sacerdotes também ganhou nova roupagem, com a criação de seminários, específicos para este fim. A educação e a cultura, durante a Era Moderna, já não eram mais consideradas “inúteis”, pois diversos setores precisavam dispor de pessoas letradas e cultas: as construções, a navegação, os exércitos etc. Com isso houve um novo movimento de especialização de funções, porque se percebeu impossível o domínio de todos os campos do conhecimento. O século da educação Em meados do século 17, as lutas religiosas tiveram fim e o conhecimento começou a se constituir fora da influência das igrejas. O século 18, chamado de o século da educação, foi marcado por um espírito otimista, baseado na ideia de que o progresso da razão e da ciência poderia levar a humanidade a uma espécie de paraíso terrestre. Fato marcante desse período foi à criação da enciclopédia francesa: um sistema educativo que buscava reunir todo o conhecimento disponível. O Iluminismo foi um grande movimento ideológico e cultural do qual participaram as maiores inteligências da época, de Jean-Jacques Rousseau a Immanuel Kant. Seus participantes tinham consciência da necessidade de expandir a educação a todos os níveis da sociedade. Esse movimento ganhou corpo na mesma época em que o mundo sofria diversas revoluções: industrial, econômica, científica, cultural e política. Rousseau elaborou a tese de que o ser humano é bom por natureza, mas precisa ser direcionado para que seus dons naturais se desenvolvam. Essa ideia continua a exercer influência na pedagogia de hoje. A necessidade de qualificar a mão de obra e a pressão da classe trabalhadora levou os governos burgueses a ampliar a oferta de educação a mais pessoas. No final do século 19, a maior parte dos países industrializados já tinha conseguido atrair para a escola quase toda a população infantil, reduzindo drasticamente as taxas de analfabetismo. Escola para todos Durante o século XX a educação primária foi estendida a grande parcela da população mundial. Os países latino-americanos e as ex-colônias fizeram esforços para recuperar séculos de estagnação na área educacional, buscando diminuir a desvantagem em relação às nações industrializadas. A pobreza e a explosão demográfica dificultaram o processo de alfabetização e, chegando ao final do milênio, muitos países ainda estavam longe de cumprir com os objetivos de estender a educação a todos. Por causa da democratização do ensino fundamental, produziu-se uma demanda maior pelo ensino médio e superior, criando nova dificuldade: as universidades não comportam a quantidade de alunos que saem das escolas. Os trabalhos de teóricos da educação continuaram e o estudo da pedagogia infantil e das relações escolares foi aprofundado. Diversas correntes surgiram, mas a tendência geral foi de limitação do autoritarismo e do aumento de liberdade de ação e pensamento das crianças. As atividades físicas, a informática, os cuidados com a natureza, o estímulo às artes e outros conteúdos menos tradicionais foram valorizados, visando à formação das crianças para a sociedade contemporânea. Ainda há muito que se conquistar, em matéria de educação, especialmente em países cujas riquezas estão distribuídas de maneira extremamente desigual, como o Brasil. Queremos acreditar que o futuro nos reserva uma grande melhoria no sistema educacional, para que cada criança e jovem e nosso mundo possam chegar ao início do ano ansioso pelo que vai viver e aprender na escola. Atividades: 1-O que o texto acima relata sobre o modelo escolar nas comunidades mais antigas? 2-Com o surgimento das diferenças de classes podemos notar também em relação à educação mudanças. Quais? 3-Qual a grande mudança iniciada por Sócrates? 4- E o cristianismo, em relação ao conhecimento, o que o texto explica? 5-Comente sobre a educação no Renascimento: 6-Quais são as principais ideias sobre o século da educação e da escola para todos.
Colégio Estadual Geraque Collet História- 701- 3º Bimestre de 2012- A REFORMA PROTESTANTE E A CONTRA-REFORMA Durante a Idade Média, o poder da Igreja era tão grande que sua autoridade era quase inquestionável, mesmo assim já havia aqueles que ousavam discordar dos seus ensinamentos e da sua prática. Essas pessoas eram consideradas hereges, ou seja, transgressoras da doutrina e dos dogmas católicos, sendo por isso perseguida pela Igreja. No século XV, o fortalecimento da burguesia e o interesse dos reis em ampliar seu poder, foram decisivos para fortalecer a crítica à Igreja Católica e provocar sua divisão. O início de tudo Em 1517 o papa Leão X decretou a venda de indulgências (documentos que assegurariam o perdão dos pecados de uma pessoa, em troca de uma quantia em dinheiro). Na Saxônia (atual Alemanha), o monge Martinho Lutero revoltou-se com o decreto do papa e, como resposta, pregou na porta da catedral de Wittenberg um documento com 95 pontos contrários aos ensinamentos e às práticas da Igreja Católica. Em 1520, Lutero foi declarado herege e excomungado da Igreja, pois se recusou a voltar atrás na defesa de suas idéias. Apoiado por príncipes alemães, Martinho Lutero continuou difundindo sua doutrina iniciando, assim, a Reforma Protestante. Martinho Lutero, retratado por Lucas Cranach, em 1529. A doutrina da Reforma A doutrina luterana tinha três pontos principais: *Justificação pela fé - a pessoa é salva por meio da fé e não pelas obras que pratica; *Sacerdócio universal - todos os crentes podem interpretar os textos sagrados por si mesmos; *Negação da infalibilidade da Igreja - a única fonte da verdade é a Bíblia, e não a tradição ensinada pela Igreja. Outros movimentos reformadores A Reforma Luterana abriu caminho a novos movimentos reformadores, como o calvinismo e o anglicanismo. O francês João Calvino, defensor da reforma de Lutero, entrou em contato, na Suíça, com outras idéias protestantes, que o ajudaram a formar uma nova doutrina, o calvinismo. Calvino manteve quase todos os princípios luteranos, mas estabeleceu uma diferenciação radical do luteranismo ao criar a idéia de predestinação absoluta. O movimento reformador na Inglaterra teve origem essencialmente política, pois o rei Henrique VIII, da dinastia Tudor, queria divorciar-se de sua esposa Catarina de Aragão (filha dos reis católicos da Espanha), porque ela não conseguia lhe dar filhos homens. O papa não concedeu o divórcio. Diante disso, em 1531, Henrique VIII rompeu com a Igreja de Roma. Três anos depois (1534), o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que proclamou o rei o único e supremo chefe da Igreja inglesa, a igreja Anglicana. Henrique VIII pode, então, nomear bispos e desapropriar terras da Igreja Católica e distribuí-las entre os nobres ingleses. A Contra-Reforma A Contra-Reforma, ou Reforma Católica, surgiu no interior da Igreja Católica com dupla finalidade: conter o avanço do protestantismo e discutir as críticas internas da própria Igreja. A Igreja tomou medidas para reorganizar sua estrutura interna. Entre 1534 e 1590 as finanças foram reorganizadas, exigiu-se o preenchimento dos cargos da Igreja por padres destacados pela integridade moral e adotou-se uma política intolerante com os padres de conduta duvidosa. O Concílio de Trento Entre 1545 e 1563, os cardeais católicos, sob a direção do papa, reuniram-se na cidade de Trento, na Itália, para discutir as reformas. O Concílio reafirmou a doutrina católica e a organização da Igreja. Negou as mudanças doutrinárias realizadas pelos reformistas, confirmando os sete sacramentos, o culto à Virgem Maria e aos santos. Enfim, confirmou que as fontes da doutrina católica são as tradições e a Bíblia. O Concílio de Trento acabou reafirmando a divisão da comunidade cristã, iniciando uma acirrada disputa entre católicos e protestantes em busca de adeptos. A Igreja utilizou vários meios para conter o protestantismo e alcançar novos fiéis, tais como: - expandir a fé católica além da Europa (evangelização dos povos da América, empreendida pela ordem dos jesuítas); - reativação do Tribunal do Santo Ofício (ou Inquisição, que agia como guardiã da fé católica, punindo os suspeitos de agir de forma condenável pela Igreja); - Criação dos índices Proibidos - O Index (lista de livros censurados pela Igreja, considerados prejudiciais à fé católica); - Publicação do catecismo (resumo da doutrina católica). Esses instrumentos foram eficientes, principalmente nos países da Península Ibérica, onde a Reforma Católica teve o apoio dos reis católicos da Espanha e de Portugal. A divisão da Europa Em meados do século XVI, os cristãos europeus estavam divididos em várias igrejas. Dentro de cada país as pessoas eram obrigadas a seguir a religião do rei. Por exemplo, nas regiões da Alemanha onde o luteranismo havia sido adotado, os católicos foram perseguidos. Na Espanha, a Inquisição perseguiu protestantes, judeus, cristãos-novos (filho ou neto de judeus convertido ao cristianismo) e muçulmanos. Do vasto domínio da Igreja de Roma na Europa, restaram apenas Península Itálica, Espanha, Portugal, Áustria, França, Polônia, sul da Alemanha e Irlanda. Mesmo assim, nesses países, os protestantes tinham muitos adeptos. Católicos X calvinistas na França Foi na França que a divisão entre católicos e protestantes se manifestou de forma mais violenta. A divisão mais acirrada opunha os católicos aos calvinistas, chamados na França de huguenotes. No reinado de Carlos IX as tensões se agravaram. O momento mais grave ocorreu em 24 de agosto de 1572, na chamada Noite de São Bartolomeu, quando cerca de 3 mil huguenotes foram massacrados em Paris a mando da mãe do rei, a católica Catarina de Médici. Detalhe da obra de François Dubois, do Século XVI, A noite de São Bartolomeu. Na França, milhares de pessoas morreram numa onda de guerras religiosas que foi desencadeada por essa noite. O conflito só terminou com a promulgação do Edito de Nantes, em 1598, que concedeu liberdade de culto no país.
História- 1001 Projeto de vida: à procura de um tesouro Artigo que aborda os rumos que a vida tem tomado de acordo com o curso, a rota, ou melhor, conforme o projeto de minha existência? “Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável” (Sêneca). Convidamos você a navegar, em algumas linhas da vida, para uma conversa sobre como temos recebido os ventos que a vida nos oferece. Que rumos minha vida tem tomado de acordo com o curso, a rota, ou melhor, conforme o projeto de minha existência? O mundo globalizado, motivado pelos interesses pessoais, enfraquece as relações sociais, as instituições e, também, os compromissos duradouros. Nesse contexto reina o individualismo, o consumo, o prazer subjetivo de uma sociedade midiática, norteada pelos reality shows que se espalham nos meios de comunicação, baseada na imagem, no que você aparenta. Talvez por esses e outros motivos encontramos tantos(as) jovens em depressão, envolvidos(as) com a violência, o tráfico, e com o extermínio de jovens. O mapa Queremos convidá-lo(a) para o desafio de navegar com um destino. Imagine que encontrou um mapa e este o leva a navegar até um tesouro escondido em uma ilha desconhecida. O tesouro transformará sua vida, irá organizá-la para a felicidade e fazer com que outras pessoas sejam felizes. Contribuirá com a organização dos diversos aspectos de sua vida, sejam eles pessoais, profissionais, sociais, afetivos... O tesouro escondido chama-se Projeto Pessoal de Vida (PPV). Iremos ao encontro de uma proposta que busca a profundeza do ser humano, um caminho de opções processuais e de constante discernimento. Com a certeza de tomar decisões com liberdade, responsabilidade e compromisso. Contudo um caminho dinâmico e que necessita de revisão e reelaboração, sempre que necessário. O PPV fará com que navegue por um curso reflexivo a partir do corpo (nosso ser material), do espírito (o existencial e o psíquico) e a relação com mundo interior. Na relação com essas três dimensões, teremos a possibilidade de dialogar e relacionar-se conosco mesmos(as), com o outro, o ecossistema, o transcendente, buscando o sentido e o horizonte de nossa vida. Os passos Decisão: momento de refletir e analisar se realmente quero ter um projeto pessoal de vida, se quero navegar contra a correnteza, com posturas diferenciadas. Elaboração: momento de colocar a “mão na massa”, escrever minha história, para que possa ter-me em minhas próprias mãos. Descrever: Onde e como estou? Quais são os meus sonhos (pessoais, sociais, familiares, acadêmicos, profissionais...)? Que decisões e ações efetivas são necessárias para que esses sonhos se concretizem? Onde e como devo atuar no cotidiano para alcançar meus sonhos? É um momento de olhar o caminho, de fazer o encontro com você mesmo, de clarear o processo a ser feito, em vista de uma missão que propõe a doação e a entrega da vida em prol da felicidade plena - sua e dos que o cercam. Acompanhamento: ao elaborar seu projeto de vida, é importante que escolha uma pessoa com mais idade, que tenha uma história e uma relação com você. Seja alguém em quem confie e a quem você esteja disposto a entregar sua vida, sua história, para que ele(a) possa contribuir no processo de acompanhamento e escuta do caminho que está trilhando. Revisão: o projeto de vida só será eficaz se for revisto de tempos em tempos, revisitado sempre que a vida passar por mudanças e, se necessário, ser elaborado levando em consideração o contexto vivido. É necessário esclarecer que o projeto de vida pode ser feito da maneira que achar melhor, sendo criativo e simples, ao mesmo tempo. Faça da forma como seu coração mandar. Utilize apenas papel e caneta. Faça algo com fotografias, recortes, desenhos. Mescle os dois, enfim, fique à vontade! Não podemos deixar de dizer que muitos ventos tentarão levá-lo para outros destinos. Citamos a superficialidade, a dificuldade de entrar em nossa vida, o consumo enraizado que nos faz colocar na balança os valores de nossa existência, a falta de tempo e dificuldade de ter prioridades, a falta de horizontes, a ausência de espaços para atuar e fazer acontecer o nosso projeto e a escassez de pessoas dispostas a nos acompanhar. Os desafios gerarão em nós diversas crises. Momentos que podemos chamar de ostra, nos quais nos recolheremos para olhar fundo em nosso ser. É nessa dinâmica que serão geradas as pérolas para enriquecer a nossa vida, transformar nosso projeto e embelezar o nosso navegar. Faz-se necessário, cada vez mais, a existência de pessoas conscientes e comprometidas com a vida. Joaquim Alberto Andrade Silva assessor da Equipe Nacional do Teias de Comunicação da Pastoral da Juventude, analista da UMBRASIL. joaquimaasilva@gmail.com Raquel Pulita integrante da ONG Trilha Cidadã, da Comissão Nacional de Assessores(as) da PJ e da Comissão Colegiada de Assessoria do Setor Juventude da CNBB. rpulita@terra.com.br Artigo publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 413, fevereiro de 2011, página 7. Poema: Verbo ser (Carlos Drummond de Andrade) Que vai ser quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser; pronunciado tão depressa, E cabe tantas coisas? Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser Esquecer. Questões para debate: 1 - Você concorda com os autores de que há momentos em que parecemos “ostras”? Você já passou por isso? 2 - Que sentimento a poesia de Carlos Drummond de Andrade desperta em você? 3 - Por que há necessidade de se fazer um projeto de vida?

sábado, 4 de agosto de 2012

Turma 701

A REFORMA PROTESTANTE E A CONTRA-REFORMA Durante a Idade Média, o poder da Igreja era tão grande que sua autoridade era quase inquestionável, mesmo assim já havia aqueles que ousavam discordar dos seus ensinamentos e da sua prática. Essas pessoas eram consideradas hereges, ou seja, transgressoras da doutrina e dos dogmas católicos, sendo por isso perseguida pela Igreja. No século XV, o fortalecimento da burguesia e o interesse dos reis em ampliar seu poder, foram decisivos para fortalecer a crítica à Igreja Católica e provocar sua divisão. O início de tudo Em 1517 o papa Leão X decretou a venda de indulgências (documentos que assegurariam o perdão dos pecados de uma pessoa, em troca de uma quantia em dinheiro). Na Saxônia (atual Alemanha), o monge Martinho Lutero revoltou-se com o decreto do papa e, como resposta, pregou na porta da catedral de Wittenberg um documento com 95 pontos contrários aos ensinamentos e às práticas da Igreja Católica. Em 1520, Lutero foi declarado herege e excomungado da Igreja, pois se recusou a voltar atrás na defesa de suas idéias. Apoiado por príncipes alemães, Martinho Lutero continuou difundindo sua doutrina iniciando, assim, a Reforma Protestante. A doutrina da Reforma A doutrina luterana tinha três pontos principais: *Justificação pela fé - a pessoa é salva por meio da fé e não pelas obras que pratica; *Sacerdócio universal - todos os crentes podem interpretar os textos sagrados por si mesmos; *Negação da infalibilidade da Igreja - a única fonte da verdade é a Bíblia, e não a tradição ensinada pela Igreja. Outros movimentos reformadores A Reforma Luterana abriu caminho a novos movimentos reformadores, como o calvinismo e o anglicanismo. O francês João Calvino, defensor da reforma de Lutero, entrou em contato, na Suíça, com outras idéias protestantes, que o ajudaram a formar uma nova doutrina, o calvinismo. Calvino manteve quase todos os princípios luteranos, mas estabeleceu uma diferenciação radical do luteranismo ao criar a idéia de predestinação absoluta. O movimento reformador na Inglaterra teve origem essencialmente política, pois o rei Henrique VIII, da dinastia Tudor, queria divorciar-se de sua esposa Catarina de Aragão (filha dos reis católicos da Espanha), porque ela não conseguia lhe dar filhos homens. O papa não concedeu o divórcio. Diante disso, em 1531, Henrique VIII rompeu com a Igreja de Roma. Três anos depois (1534), o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que proclamou o rei o único e supremo chefe da Igreja inglesa, a igreja Anglicana. Henrique VIII pode, então, nomear bispos e desapropriar terras da Igreja Católica e distribuí-las entre os nobres ingleses. A Contra-Reforma A Contra-Reforma, ou Reforma Católica, surgiu no interior da Igreja Católica com dupla finalidade: conter o avanço do protestantismo e discutir as críticas internas da própria Igreja. A Igreja tomou medidas para reorganizar sua estrutura interna. Entre 1534 e 1590 as finanças foram reorganizadas, exigiu-se o preenchimento dos cargos da Igreja por padres destacados pela integridade moral e adotou-se uma política intolerante com os padres de conduta duvidosa. O Concílio de Trento Entre 1545 e 1563, os cardeais católicos, sob a direção do papa, reuniram-se na cidade de Trento, na Itália, para discutir as reformas. O Concílio reafirmou a doutrina católica e a organização da Igreja. Negou as mudanças doutrinárias realizadas pelos reformistas, confirmando os sete sacramentos, o culto à Virgem Maria e aos santos. Enfim, confirmou que as fontes da doutrina católica são as tradições e a Bíblia. O Concílio de Trento acabou reafirmando a divisão da comunidade cristã, iniciando uma acirrada disputa entre católicos e protestantes em busca de adeptos. A Igreja utilizou vários meios para conter o protestantismo e alcançar novos fiéis, tais como: - expandir a fé católica além da Europa (evangelização dos povos da América, empreendida pela ordem dos jesuítas); - reativação do Tribunal do Santo Ofício (ou Inquisição, que agia como guardiã da fé católica, punindo os suspeitos de agir de forma condenável pela Igreja); - Criação dos índices Proibidos - O Index (lista de livros censurados pela Igreja, considerados prejudiciais à fé católica); - Publicação do catecismo (resumo da doutrina católica). Esses instrumentos foram eficientes, principalmente nos países da Península Ibérica, onde a Reforma Católica teve o apoio dos reis católicos da Espanha e de Portugal. A divisão da Europa Em meados do século XVI, os cristãos europeus estavam divididos em várias igrejas. Dentro de cada país as pessoas eram obrigadas a seguir a religião do rei. Por exemplo, nas regiões da Alemanha onde o luteranismo havia sido adotado, os católicos foram perseguidos. Na Espanha, a Inquisição perseguiu protestantes, judeus, cristãos-novos (filho ou neto de judeus convertido ao cristianismo) e muçulmanos. Do vasto domínio da Igreja de Roma na Europa, restaram apenas Península Itálica, Espanha, Portugal, Áustria, França, Polônia, sul da Alemanha e Irlanda. Mesmo assim, nesses países, os protestantes tinham muitos adeptos. Católicos X calvinistas na França Foi na França que a divisão entre católicos e protestantes se manifestou de forma mais violenta. A divisão mais acirrada opunha os católicos aos calvinistas, chamados na França de huguenotes. No reinado de Carlos IX as tensões se agravaram. O momento mais grave ocorreu em 24 de agosto de 1572, na chamada Noite de São Bartolomeu, quando cerca de 3 mil huguenotes foram massacrados em Paris a mando da mãe do rei, a católica Catarina de Médici. Século XVI, A noite de São Bartolomeu. Na França, milhares de pessoas morreram numa onda de guerras religiosas que foi desencadeada por essa noite. O conflito só terminou com a promulgação do Edito de Nantes, em 1598, que concedeu liberdade de culto no país.
Colégio
Estadual Geraque Collet História e Filosofia da Educação Turma: 2001 e 3001 Os caminhos da escola Para quem está começando mais um período de aulas, parece que a escola sempre esteve por ali, aguardando o retorno de milhões de estudantes e professores, todos os anos. Mas não é bem assim. O modelo escolar que conhecemos é de certa forma recente e nem sempre existiu a oportunidade de frequentar um ambiente que estimule o desenvolvimento do ser humano. Nas sociedades mais antigas, formadas por nossos primeiros antepassados, o processo educativo iniciava no interior da família, passando depois a ser complementado por atividades realizadas com o resto da comunidade, como caçar, plantar, construir etc. Apenas as atividades mais específicas, como as religiosas e as artísticas, demandavam um aprendizado distinto. À medida que as sociedades se tornaram mais complexas, novas tarefas especializadas surgiram e, com isso, novos sistemas de aprendizagem. A educação também começou a ser usada para cristalizar a divisão de classes sociais que havia se estabelecido. Assim, os conhecimentos acumulados em gerações anteriores somente eram transmitidos a uma minoria da classe privilegiada. As grandes civilizações do Oriente Médio, do Egito, da Mesopotâmia e da América pré-colombiana utilizavam esse sistema. A invenção da escrita reforçou essa diferença. O educador Sócrates A grande revolução da educação iniciou na Grécia, no século 5 a.C., com Sócrates. Este filósofo é até hoje um modelo de educador e o sistema educativo liberal que surgiu a partir dele coincidiu com um desenvolvimento maior do pensamento e das artes. Nessa modalidade, ainda era privilegiada uma minoria, mas o pensamento crítico era individual, distanciando-se da concepção de castas fechadas, que preconizavam o saber como algo secreto. O cristianismo, com o início de sua expansão, propôs ideias educativas que buscavam moldar as pessoas segundo a visão cristã. Mas logo o sistema político, econômico e cultural que havia unificado o Ocidente ruiu, com a queda de Roma, dando início à Idade Média. Os mecanismos de transmissão do conhecimento foram interrompidos e a intelectualidade desorganizou-se. As ordens monásticas da Igreja conseguiram preservar a cultura da Antiguidade apenas de forma parcial, com muitas obras desaparecidas. Isso representou um grande retrocesso do pensamento mundial. Novamente a educação voltou à clandestinidade, pois os alunos das poucas escolas existentes em mosteiros e sedes episcopais eram formados para serem sacerdotes ou funcionários imperiais. A classe guerreira e nobre considerava a cultura como algo inútil e isso fizeram com que os letrados e cultos fossem uma classe fechada. As universidades A partir do século 11, a expansão das universidades mudou as condições de ensino radicalmente. Aos poucos, o saber de Aristóteles e Platão, assim como de outros gregos, voltou à tona, impulsionando a cultura europeia e o pensamento crítico, que se desenvolveu até assumir sua forma moderna no Renascimento. A educação retomou os antigos ideais clássicos que defendiam a conjunção harmoniosa do homem com a natureza e ideias inovadoras eram cada vez mais estimuladas. Mas esse período otimista logo findou, com as disputas ideológicas que surgiram com a Reforma Protestante e a Contra-Reforma católica. As universidades caíram em decadência e o pensamento só se desenvolveu nos poucos lugares em que o conflito religioso não foi tão duro. Os efeitos das disputas só foram percebidos mais tarde. Segundo o reformador Martinho Lutero, era preciso popularizar a leitura da Bíblia e, para isso, realizou uma tradução da mesma para o alemão. Esse movimento, aliado ao surgimento da imprensa, favoreceu a alfabetização de amplos setores da população. Já os católicos providenciaram novas instituições de educação, para formar as crianças desde cedo na fé. Eram os colégios, com métodos educacionais de grande refinamento psicológico. Por outro lado, a formação de sacerdotes também ganhou nova roupagem, com a criação de seminários, específicos para este fim. A educação e a cultura, durante a Era Moderna, já não eram mais consideradas “inúteis”, pois diversos setores precisavam dispor de pessoas letradas e cultas: as construções, a navegação, os exércitos etc. Com isso houve um novo movimento de especialização de funções, porque se percebeu impossível o domínio de todos os campos do conhecimento. O século da educação Em meados do século 17, as lutas religiosas tiveram fim e o conhecimento começou a se constituir fora da influência das igrejas. O século 18, chamado de o século da educação, foi marcado por um espírito otimista, baseado na ideia de que o progresso da razão e da ciência poderia levar a humanidade a uma espécie de paraíso terrestre. Fato marcante desse período foi a criação da enciclopédia francesa: um sistema educativo que buscava reunir todo o conhecimento disponível. O Iluminismo foi um grande movimento ideológico e cultural do qual participaram as maiores inteligências da época, de Jean-Jacques Rousseau a Immanuel Kant. Seus participantes tinham consciência da necessidade de expandir a educação a todos os níveis da sociedade. Esse movimento ganhou corpo na mesma época em que o mundo sofria diversas revoluções: industrial, econômica, científica, cultural e política. Rousseau elaborou a tese de que o ser humano é bom por natureza, mas precisa ser direcionado para que seus dons naturais se desenvolvam. Essa ideia continua a exercer influência na pedagogia de hoje. A necessidade de qualificar a mão de obra e a pressão da classe trabalhadora levou os governos burgueses a ampliar a oferta de educação a mais pessoas. No final do século 19, a maior parte dos países industrializados já tinha conseguido atrair para a escola quase toda a população infantil, reduzindo drasticamente as taxas de analfabetismo. Escola para todos Durante o século XX a educação primária foi estendida a grande parcela da população mundial. Os países latino-americanos e as ex-colônias fizeram esforços para recuperar séculos de estagnação na área educacional, buscando diminuir a desvantagem em relação às nações industrializadas. A pobreza e a explosão demográfica dificultaram o processo de alfabetização e, chegando ao final do milênio, muitos países ainda estavam longe de cumprir com os objetivos de estender a educação a todos. Por causa da democratização do ensino fundamental, produziu-se uma demanda maior pelo ensino médio e superior, criando nova dificuldade: as universidades não comportam a quantidade de alunos que saem das escolas. Os trabalhos de teóricos da educação continuaram e o estudo da pedagogia infantil e das relações escolares foi aprofundado. Diversas correntes surgiram, mas a tendência geral foi de limitação do autoritarismo e do aumento de liberdade de ação e pensamento das crianças. As atividades físicas, a informática, os cuidados com a natureza, o estímulo às artes e outros conteúdos menos tradicionais foram valorizados, visando à formação das crianças para a sociedade contemporânea. Ainda há muito que se conquistar, em matéria de educação, especialmente em países cujas riquezas estão distribuídas de maneira extremamente desigual, como o Brasil. Queremos acreditar que o futuro nos reserva uma grande melhoria no sistema educacional, para que cada criança e jovem de nosso mundo possam chegar ao início do ano ansioso pelo que vai viver e aprender na escola.
Colégio
Estadual Geraque Collet História e Filosofia da Educação Turma: 2001 e 3001 Os caminhos da escola Para quem está começando mais um período de aulas, parece que a escola sempre esteve por ali, aguardando o retorno de milhões de estudantes e professores, todos os anos. Mas não é bem assim. O modelo escolar que conhecemos é de certa forma recente e nem sempre existiu a oportunidade de frequentar um ambiente que estimule o desenvolvimento do ser humano. Nas sociedades mais antigas, formadas por nossos primeiros antepassados, o processo educativo iniciava no interior da família, passando depois a ser complementado por atividades realizadas com o resto da comunidade, como caçar, plantar, construir etc. Apenas as atividades mais específicas, como as religiosas e as artísticas, demandavam um aprendizado distinto. À medida que as sociedades se tornaram mais complexas, novas tarefas especializadas surgiram e, com isso, novos sistemas de aprendizagem. A educação também começou a ser usada para cristalizar a divisão de classes sociais que havia se estabelecido. Assim, os conhecimentos acumulados em gerações anteriores somente eram transmitidos a uma minoria da classe privilegiada. As grandes civilizações do Oriente Médio, do Egito, da Mesopotâmia e da América pré-colombiana utilizavam esse sistema. A invenção da escrita reforçou essa diferença. O educador Sócrates A grande revolução da educação iniciou na Grécia, no século 5 a.C., com Sócrates. Este filósofo é até hoje um modelo de educador e o sistema educativo liberal que surgiu a partir dele coincidiu com um desenvolvimento maior do pensamento e das artes. Nessa modalidade, ainda era privilegiada uma minoria, mas o pensamento crítico era individual, distanciando-se da concepção de castas fechadas, que preconizavam o saber como algo secreto. O cristianismo, com o início de sua expansão, propôs ideias educativas que buscavam moldar as pessoas segundo a visão cristã. Mas logo o sistema político, econômico e cultural que havia unificado o Ocidente ruiu, com a queda de Roma, dando início à Idade Média. Os mecanismos de transmissão do conhecimento foram interrompidos e a intelectualidade desorganizou-se. As ordens monásticas da Igreja conseguiram preservar a cultura da Antiguidade apenas de forma parcial, com muitas obras desaparecidas. Isso representou um grande retrocesso do pensamento mundial. Novamente a educação voltou à clandestinidade, pois os alunos das poucas escolas existentes em mosteiros e sedes episcopais eram formados para serem sacerdotes ou funcionários imperiais. A classe guerreira e nobre considerava a cultura como algo inútil e isso fizeram com que os letrados e cultos fossem uma classe fechada. As universidades A partir do século 11, a expansão das universidades mudou as condições de ensino radicalmente. Aos poucos, o saber de Aristóteles e Platão, assim como de outros gregos, voltou à tona, impulsionando a cultura europeia e o pensamento crítico, que se desenvolveu até assumir sua forma moderna no Renascimento. A educação retomou os antigos ideais clássicos que defendiam a conjunção harmoniosa do homem com a natureza e ideias inovadoras eram cada vez mais estimuladas. Mas esse período otimista logo findou, com as disputas ideológicas que surgiram com a Reforma Protestante e a Contra-Reforma católica. As universidades caíram em decadência e o pensamento só se desenvolveu nos poucos lugares em que o conflito religioso não foi tão duro. Os efeitos das disputas só foram percebidos mais tarde. Segundo o reformador Martinho Lutero, era preciso popularizar a leitura da Bíblia e, para isso, realizou uma tradução da mesma para o alemão. Esse movimento, aliado ao surgimento da imprensa, favoreceu a alfabetização de amplos setores da população. Já os católicos providenciaram novas instituições de educação, para formar as crianças desde cedo na fé. Eram os colégios, com métodos educacionais de grande refinamento psicológico. Por outro lado, a formação de sacerdotes também ganhou nova roupagem, com a criação de seminários, específicos para este fim. A educação e a cultura, durante a Era Moderna, já não eram mais consideradas “inúteis”, pois diversos setores precisavam dispor de pessoas letradas e cultas: as construções, a navegação, os exércitos etc. Com isso houve um novo movimento de especialização de funções, porque se percebeu impossível o domínio de todos os campos do conhecimento. O século da educação Em meados do século 17, as lutas religiosas tiveram fim e o conhecimento começou a se constituir fora da influência das igrejas. O século 18, chamado de o século da educação, foi marcado por um espírito otimista, baseado na ideia de que o progresso da razão e da ciência poderia levar a humanidade a uma espécie de paraíso terrestre. Fato marcante desse período foi a criação da enciclopédia francesa: um sistema educativo que buscava reunir todo o conhecimento disponível. O Iluminismo foi um grande movimento ideológico e cultural do qual participaram as maiores inteligências da época, de Jean-Jacques Rousseau a Immanuel Kant. Seus participantes tinham consciência da necessidade de expandir a educação a todos os níveis da sociedade. Esse movimento ganhou corpo na mesma época em que o mundo sofria diversas revoluções: industrial, econômica, científica, cultural e política. Rousseau elaborou a tese de que o ser humano é bom por natureza, mas precisa ser direcionado para que seus dons naturais se desenvolvam. Essa ideia continua a exercer influência na pedagogia de hoje. A necessidade de qualificar a mão de obra e a pressão da classe trabalhadora levou os governos burgueses a ampliar a oferta de educação a mais pessoas. No final do século 19, a maior parte dos países industrializados já tinha conseguido atrair para a escola quase toda a população infantil, reduzindo drasticamente as taxas de analfabetismo. Escola para todos Durante o século XX a educação primária foi estendida a grande parcela da população mundial. Os países latino-americanos e as ex-colônias fizeram esforços para recuperar séculos de estagnação na área educacional, buscando diminuir a desvantagem em relação às nações industrializadas. A pobreza e a explosão demográfica dificultaram o processo de alfabetização e, chegando ao final do milênio, muitos países ainda estavam longe de cumprir com os objetivos de estender a educação a todos. Por causa da democratização do ensino fundamental, produziu-se uma demanda maior pelo ensino médio e superior, criando nova dificuldade: as universidades não comportam a quantidade de alunos que saem das escolas. Os trabalhos de teóricos da educação continuaram e o estudo da pedagogia infantil e das relações escolares foi aprofundado. Diversas correntes surgiram, mas a tendência geral foi de limitação do autoritarismo e do aumento de liberdade de ação e pensamento das crianças. As atividades físicas, a informática, os cuidados com a natureza, o estímulo às artes e outros conteúdos menos tradicionais foram valorizados, visando à formação das crianças para a sociedade contemporânea. Ainda há muito que se conquistar, em matéria de educação, especialmente em países cujas riquezas estão distribuídas de maneira extremamente desigual, como o Brasil. Queremos acreditar que o futuro nos reserva uma grande melhoria no sistema educacional, para que cada criança e jovem de nosso mundo possam chegar ao início do ano ansioso pelo que vai viver e aprender na escola.