sábado, 22 de outubro de 2011

Imagens dos jesuítas no Brasil.

Imagens do Egito Antigo para colorir

O Egito Antigo

Período jesuítico

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(Texto)

A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loiola e um pequeno grupo de discípulos, na Capela de Montmartre, em Paris, em 1534, com objetivos catequéticos, em função da Reforma Protestante e a expansão do luteranismo na Europa.

Os primeiros jesuítas chegaram ao território brasileiro em março de 1549 juntamente com o primeiro governador·geral, Tome de Souza. Comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega, quinze dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar brasileira, em Salvador, tendo como mestre o Irmão Vicente Rodrigues, contando apenas 21 anos. Irmão Vicente tornou·se o primeiro professor nos moldes europeus e durante mais de 50 anos dedicou·se ao ensino e a propagação da fé religiosa.

O mais conhecido e talvez o mais atuante foi o noviço José de Anchieta, nascido na Ilha de Tenerife e falecido na cidade de Reritiba, atual Anchieta, no litoral sul do Estado do Espírito Santo, em 1597. Anchieta tornou·se mestre·escola do Colégio de Piratininga; foi missionário em São Vicente, onde escreveu na areia os "Poemas à Virgem Maria" (
De beata virgine Dei matre Maria
), missionário em Piratininga, Rio de Janeiro e Espírito Santo; Provincial da Companhia de Jesus de 1579 a 1586 e reitor do Colégio do Espírito Santo. Além disso foi autor da
Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil.

No Brasil os jesuítas se dedicaram a pregação da fé católica e ao trabalho educativo. Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever. De Salvador a obra jesuítica estendeu·se para o sul e em 1570, vinte e um anos após a chegada, já era composta por cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).

Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio atque Instituto Studiorum, chamado abreviadamente de Ratio Studiorum. Os jesuítas não se limitaram ao ensino das primeiras letras; além do curso elementar eles mantinham os cursos de Letras e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava·se Gramática Latina, Humanidades e Retórica; e no curso de Filosofia estudava·se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Os que pretendiam seguir as profissões liberais iam estudar na Europa, na Universidade de Coimbra, em Portugal, a mais famosa no campo das ciências jurídicas e teológicas, e na Universidade de Montpellier, na França, a mais procurada na área da medicina.

Com a descoberta os índios ficaram à mercê dos interesses alienígenas: as cidades desejavam integrá·los ao processo colonizador; os jesuítas desejavam convertê·los ao cristianismo e aos valores europeus; os colonos estavam interessados em usá·los como escravos. Os jesuítas então pensaram em afastar os índios dos interesses dos colonizadores e criaram as
reduções ou missões, no interior do território. Nestas Missões, os índios, além de passarem pelo processo de catequização, também são orientados ao trabalho agrícola, que garantiam aos jesuítas uma de suas fontes de renda.

As Missões acabaram por transformar os índios nômades em sedentários, o que contribuiu decisivamente para facilitar a captura deles pelos colonos, que conseguem, às vezes, capturar tribos inteiras nestas Missões.


Os jesuítas permaneceram como mentores da educação brasileira durante duzentos e dez anos, até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777. No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional.


TOPO

(Cronologia)

ANO

HISTÓRIA

DA EDUCAÇÃO

BRASILEIRA

HISTÓRIA

DO

BRASIL

HISTÓRIA

GERAL

DA EDUCAÇÃO

HISTÓRIA

DO

MUNDO

1500

· Sai de Portugal a esquadra de Pedro Álvares Cabral com destino à Índia.


· Chega às costas brasileiras a esquadra de Pedro Álvares Cabral.



1501

· Américo Vespúcio percorre a costa do Brasil, do Rio Grande do Norte até Cananéia, em São Paulo, nomeando os acidentes geográficos litorâneos.

1502 · É concedida a Fernando de Noronha o direito de exploração do pau-brasil. · Montezuma torna·se chefe dos Astecas, no México.

1503

· Morre o Papa Pio III. Em seu lugar assume Giuliano della Rovere, que adota o nome de Papa Júlio II.

1513 · Morre o Papa Júlio II e assume Leão X.

1517

· Martinho Lutero divulga suas 95 teses contra as indulgências da Igreja, dando início à

Reforma Protestante.


· Os espanhóis ocupam Yucatán, na América Central.

1526 · Frei Pedro de Gante funda a Escola de São Francisco

, no México.



1532

· Martim Afonso de Souza funda a vila de São Vicente, depois de comandar a primeira expedição para defender o litoral brasileiro contra o contrabando de pau·brasil pelos franceses.

1534 · São criadas as Capitanias Hereditárias

.

· Ignácio de Loyola funda a

Companhia de Jesus.

1536

· Frei João de Zumárraga funda o

Colégio Imperial de Santa Cruz de Tlateloco

, consagrado à educação superior dos índios..



1538

· O Colégio dos Frades Dominicanos

passa a se chamar

Universidade de São Tomás de Aquino

, em São Domingos.



1539 · É impresso no México o primeiro livro.

1544

· A beata Angela de Mérici funda a

Ordem das Ursulinas, em honra de Santa Úrsula, para educação das meninas.



1545

·Tem início o Concílio de Trento, formulando diretrizes para a

Contra-Reforma

e instituindo o Index Librorum Prohibitorum

, lista de livros proibidos aos católicos, sob pena de excomunhão.

1549

· Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuítas, chefiados por Manuel de Nóbrega, marcando o início da História da Educação no Brasil (nos moldes europeus).


· Quinze dias após a chegada fundam, na cidade de Salvador, a primeira escola elementar.

· Tome de Souza, primeiro

Governador Geral do Brasil, funda a cidade de Salvador para servir de sede do governo.



ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO

1551

· São criadas a Real e Pontifícia Universidade

no México e a

Universidade de São Marcos, em Lima.



1553 · Duarte da Costa é o segundo

Governador Geral do Brasil.



1554

· São fundadas as escolas jesuítas de São Paulo de Piratininga, tendo como seu primeiro professor o padre José de Anchieta, e a da Bahia.

1555

· Primeira invasão francesa ao território brasileiro na Baía de Guanabara.


· Os franceses fundam a França Antártica

, na Baía de Guanabara, para abrigar calvinistas fugidos da guerra religiosa na Europa.



1556

· É fundado o colégio jesuíta de Todos os Santos.


· Começa a vigorar as "Constituições da Companhia de Jesus

", incluindo a aprendizagem do canto, da música instrumental e o estudo profissional agrícola.



1560

· Mem de Sá é o terceiro Governador Geral

do Brasil.


· Mem de Sá expulsa os franceses da Baía de Guanabara.



1563 · Estácio de Sá funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

1564

· É colocado em execução o "Padrão de Redízimo

" que consistia em que 10% de toda a arrecadação dos dízimos reais, em todas as capitanias da colônia e seus povoados, ficavam vinculados ao sustento e à manutenção dos jesuítas.



1567 · É fundado o colégio jesuíta do Rio de Janeiro. · Os franceses são expulsos do Rio de Janeiro.

1568

· É fundado o colégio jesuíta de Olinda. · Tem início a escravidão africana, onde cada senhor de engenho teve o direito de adquirir até 120 escravos por ano.

1570

· O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia). · Carlos Borromeu funda a Ordem dos Oblatos

para reliogiosos que ofereciam e se preparavam para a educação.



1572

· Em Paris são assassinados mais de três mil protestantes, entre eles mulheres e crianças, sob às ordens da Rainha Catarina de Médicis. Este episódio ficou conhecido como

A Noite de São Bartolomeu

.

1573 · É criada a Universidade de Santa Fé de Bogotá.

1575 · No colégio da Bahia já se colava grau de Bacharel em Artes.

1576 · No colégio da Bahia formam·se licenciados.

1584 · A imprensa chega ao Peru.

1599

· Ganha uma elaboração definitiva a "

Ratio atque Institutio Studiorum", ou

Plano de Estudos da Companhia de Jesus

, que codificava a pedagogia dos jesuítas.



ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO

1600

· O vice-rei Dom Gaspar de Zuñiga promulga a

Ordenança dos Mestres da Nilíssima Arte de Ler, Escrever e Contar

, uma legislação escolar.

· É fundada a Companhia Britânica das Índias Orientais

para explorar o comércio com o Oriente, a Ásia e a Índia.

1613 · É criada a Universidade Córdoba do Tucumã.

1618

· Os jesuítas possuem 572 colégios espalhados pelo mundo.


· O ducado de Weimar regulamenta a obrigatoriedade escolar para todas as crianças de 6 a 12 anos.

· Tem início a Guerra dos Trinta Anos

entre protestantes e católicos.

1622 · É fundado o colégio jesuíta do Maranhão.

1623 · É criada a Universidade de La Plata.

1624

· Primeira invasão holandesa no Brasil, em Salvador. São expulsos um ano depois.

1628

· É editada Didactica magna, universale omnes ominia docendi artificium exhibens

(a magna Didática, que apresenta a completa arte de ensinar tudo a todos) de João Amós Comênio.



1630

· Segunda invasão holandesa no Brasil, em Recife.


· Escravos fundam o Quilombo de Palmares

.

· A imprensa chega à Argentina.

1631 · É fundado o colégio jesuíta de Santo Inácio, em São Paulo.

1646

· Os jansenistas, conhecidos como os "

solitários de Port·Royal", organizam as "

pequenas escolas" que terão importante papel na formação de líderes para a Igreja e para o Estado.



ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO

1652

· É fundado o colégio jesuíta de São Miguel, em Santos, o de Santo Alexandre, no Pará, e o de Nossa Senhora da Luz, em São Luiz do Maranhão.

1654 · É fundado o colégio jesuíta de São Tiago, no Espírito Santo. · Os holandeses são definitivamente expulsos do Brasil.

1675 · É criada a Universidade da Guatemala.

1678 · E fundado o colégio jesuíta de Nossa Senhora do Ó, em Recife.

1683 · É fundado o colégio jesuíta da Paraíba.

1684

· João Batista de La Salle funda o

Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs

, para que os pobres obtenham gratuitamente instrução elementar.



1686

· Madame de Maintenon, esposa de Luiz XIV, funda o Colégio de Saint-Cyr, para meninas de 7 e 12 anos que permanecem lá até os 20 anos.

1688

· A Revolução Gloriosa destrona os Stuarts e encerra o absolutismo na Inglaterra.

1689

· É resolvida a "Questão dos Moços Pardos

", surgida com a proibição, por parte dos jesuítas, da matrícula e da freqüência dos mestiços. Como as escolas eram públicas, para não perderem os subsídios que recebiam, são obrigados a readmití·los.



1692 · É criada a Universidade de Cusco.

1695 · Em 20 de novembro morre Zumbi dos Palmares.

1699

· É fundada na Bahia a Escola de Artes e Edificações Militares

.

· Nasce em Portugal, Sebastião José de Carvalho e Melo, o futuro Marquês de Pombal.

ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO

1708

· Guerra dos Emboabas. Emboabas

eram os estrangeiros ou pessoas vindas de outras partes da colônia para procurar ouro em São Vicente, São Paulo.

· Os jesuítas possuem 769 colégios espalhados pelo mundo.

1710 · Guerra dos Mascates, em Pernambuco.

1712 · Nasce em Genebra Jean·Jacques Rousseau.

1721 · É criada a Universidade da Caracas.

1722

· Os oficiais da Câmara queixam-se ao Rei, contra alguns religiosos, sobre a questão do ensino.

1738 · É fundada no Rio de Janeiro a Escola de Artilharia

.

· É criada a Universidade de Santiago do Chile.

1739 · São fundados os Seminários de São José e São Pedro, no Rio de Janeiro.

1740 · É fundada em Paris a primeira Escola de Artes e Ofícios

.



ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO

1750

· Tratado de Madri anula o das

Tordesilhas, resolvendo o problema das

Missões.


· A introdução da máquina a vapor inicia a

Revolução Industrial.


· D. José I, Rei de Portugal, nomeia Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra.

1755

· Um terremoto devasta a cidade de Lisboa, derrubando e incendiando casas e palácios.

1756

· Tem início a Guerra dos Sete Anos
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(Texto)

A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loiola e um pequeno grupo de discípulos, na Capela de Montmartre, em Paris, em 1534, com objetivos catequéticos, em função da Reforma Protestante e a expansão do luteranismo na Europa.

Os primeiros jesuítas chegaram ao território brasileiro em março de 1549 juntamente com o primeiro governador·geral, Tome de Souza. Comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega, quinze dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar brasileira, em Salvador, tendo como mestre o Irmão Vicente Rodrigues, contando apenas 21 anos. Irmão Vicente tornou·se o primeiro professor nos moldes europeus e durante mais de 50 anos dedicou·se ao ensino e a propagação da fé religiosa.

O mais conhecido e talvez o mais atuante foi o noviço José de Anchieta, nascido na Ilha de Tenerife e falecido na cidade de Reritiba, atual Anchieta, no litoral sul do Estado do Espírito Santo, em 1597. Anchieta tornou·se mestre·escola do Colégio de Piratininga; foi missionário em São Vicente, onde escreveu na areia os "Poemas à Virgem Maria" (
De beata virgine Dei matre Maria
), missionário em Piratininga, Rio de Janeiro e Espírito Santo; Provincial da Companhia de Jesus de 1579 a 1586 e reitor do Colégio do Espírito Santo. Além disso foi autor da
Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil.

No Brasil os jesuítas se dedicaram a pregação da fé católica e ao trabalho educativo. Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever. De Salvador a obra jesuítica estendeu·se para o sul e em 1570, vinte e um anos após a chegada, já era composta por cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).

Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio atque Instituto Studiorum, chamado abreviadamente de Ratio Studiorum. Os jesuítas não se limitaram ao ensino das primeiras letras; além do curso elementar eles mantinham os cursos de Letras e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava·se Gramática Latina, Humanidades e Retórica; e no curso de Filosofia estudava·se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Os que pretendiam seguir as profissões liberais iam estudar na Europa, na Universidade de Coimbra, em Portugal, a mais famosa no campo das ciências jurídicas e teológicas, e na Universidade de Montpellier, na França, a mais procurada na área da medicina.

Com a descoberta os índios ficaram à mercê dos interesses alienígenas: as cidades desejavam integrá·los ao processo colonizador; os jesuítas desejavam convertê·los ao cristianismo e aos valores europeus; os colonos estavam interessados em usá·los como escravos. Os jesuítas então pensaram em afastar os índios dos interesses dos colonizadores e criaram as
reduções ou missões, no interior do território. Nestas Missões, os índios, além de passarem pelo processo de catequização, também são orientados ao trabalho agrícola, que garantiam aos jesuítas uma de suas fontes de renda.

As Missões acabaram por transformar os índios nômades em sedentários, o que contribuiu decisivamente para facilitar a captura deles pelos colonos, que conseguem, às vezes, capturar tribos inteiras nestas Missões.


Os jesuítas permaneceram como mentores da educação brasileira durante duzentos e dez anos, até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777. No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional.


TOPO

(Cronologia)

ANO

HISTÓRIA

DA EDUCAÇÃO

BRASILEIRA

HISTÓRIA

DO

BRASIL

HISTÓRIA

GERAL

DA EDUCAÇÃO

HISTÓRIA

DO

MUNDO

1500

· Sai de Portugal a esquadra de Pedro Álvares Cabral com destino à Índia.


· Chega às costas brasileiras a esquadra de Pedro Álvares Cabral.



1501

· Américo Vespúcio percorre a costa do Brasil, do Rio Grande do Norte até Cananéia, em São Paulo, nomeando os acidentes geográficos litorâneos.

1502 · É concedida a Fernando de Noronha o direito de exploração do pau-brasil. · Montezuma torna·se chefe dos Astecas, no México.

1503

· Morre o Papa Pio III. Em seu lugar assume Giuliano della Rovere, que adota o nome de Papa Júlio II.

1513 · Morre o Papa Júlio II e assume Leão X.

1517

· Martinho Lutero divulga suas 95 teses contra as indulgências da Igreja, dando início à

Reforma Protestante.


· Os espanhóis ocupam Yucatán, na América Central.

1526 · Frei Pedro de Gante funda a Escola de São Francisco

, no México.



1532

· Martim Afonso de Souza funda a vila de São Vicente, depois de comandar a primeira expedição para defender o litoral brasileiro contra o contrabando de pau·brasil pelos franceses.

1534 · São criadas as Capitanias Hereditárias

.

· Ignácio de Loyola funda a

Companhia de Jesus.

1536

· Frei João de Zumárraga funda o

Colégio Imperial de Santa Cruz de Tlateloco

, consagrado à educação superior dos índios..



1538

· O Colégio dos Frades Dominicanos

passa a se chamar

Universidade de São Tomás de Aquino

, em São Domingos.



1539 · É impresso no México o primeiro livro.

1544

· A beata Angela de Mérici funda a

Ordem das Ursulinas, em honra de Santa Úrsula, para educação das meninas.



1545

·Tem início o Concílio de Trento, formulando diretrizes para a

Contra-Reforma

e instituindo o Index Librorum Prohibitorum

, lista de livros proibidos aos católicos, sob pena de excomunhão.

1549

· Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuítas, chefiados por Manuel de Nóbrega, marcando o início da História da Educação no Brasil (nos moldes europeus).


· Quinze dias após a chegada fundam, na cidade de Salvador, a primeira escola elementar.

· Tome de Souza, primeiro

Governador Geral do Brasil, funda a cidade de Salvador para servir de sede do governo.



ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO

1551

· São criadas a Real e Pontifícia Universidade

no México e a

Universidade de São Marcos, em Lima.



1553 · Duarte da Costa é o segundo

Governador Geral do Brasil.



1554

· São fundadas as escolas jesuítas de São Paulo de Piratininga, tendo como seu primeiro professor o padre José de Anchieta, e a da Bahia.

1555

· Primeira invasão francesa ao território brasileiro na Baía de Guanabara.


· Os franceses fundam a França Antártica

, na Baía de Guanabara, para abrigar calvinistas fugidos da guerra religiosa na Europa.



1556

· É fundado o colégio jesuíta de Todos os Santos.


· Começa a vigorar as "Constituições da Companhia de Jesus

", incluindo a aprendizagem do canto, da música instrumental e o estudo profissional agrícola.



1560

· Mem de Sá é o terceiro Governador Geral

do Brasil.


· Mem de Sá expulsa os franceses da Baía de Guanabara.



1563 · Estácio de Sá funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

1564

· É colocado em execução o "Padrão de Redízimo

" que consistia em que 10% de toda a arrecadação dos dízimos reais, em todas as capitanias da colônia e seus povoados, ficavam vinculados ao sustento e à manutenção dos jesuítas.



1567 · É fundado o colégio jesuíta do Rio de Janeiro. · Os franceses são expulsos do Rio de Janeiro.

1568

· É fundado o colégio jesuíta de Olinda. · Tem início a escravidão africana, onde cada senhor de engenho teve o direito de adquirir até 120 escravos por ano.

1570

· O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia). · Carlos Borromeu funda a Ordem dos Oblatos

para reliogiosos que ofereciam e se preparavam para a educação.



1572

· Em Paris são assassinados mais de três mil protestantes, entre eles mulheres e crianças, sob às ordens da Rainha Catarina de Médicis. Este episódio ficou conhecido como

A Noite de São Bartolomeu

.

1573 · É criada a Universidade de Santa Fé de Bogotá.

1575 · No colégio da Bahia já se colava grau de Bacharel em Artes.

1576 · No colégio da Bahia formam·se licenciados.

1584 · A imprensa chega ao Peru.

1599

· Ganha uma elaboração definitiva a "

Ratio atque Institutio Studiorum", ou

Plano de Estudos da Companhia de Jesus

, que codificava a pedagogia dos jesuítas.



ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO

1600

· O vice-rei Dom Gaspar de Zuñiga promulga a

Ordenança dos Mestres da Nilíssima Arte de Ler, Escrever e Contar

, uma legislação escolar.

· É fundada a Companhia Britânica das Índias Orientais

para explorar o comércio com o Oriente, a Ásia e a Índia.

1613 · É criada a Universidade Córdoba do Tucumã.

1618

· Os jesuítas possuem 572 colégios espalhados pelo mundo.


· O ducado de Weimar regulamenta a obrigatoriedade escolar para todas as crianças de 6 a 12 anos.

· Tem início a Guerra dos Trinta Anos

entre protestantes e católicos.

1622 · É fundado o colégio jesuíta do Maranhão.

1623 · É criada a Universidade de La Plata.

1624

· Primeira invasão holandesa no Brasil, em Salvador. São expulsos um ano depois.

1628

· É editada Didactica magna, universale omnes ominia docendi artificium exhibens

(a magna Didática, que apresenta a completa arte de ensinar tudo a todos) de João Amós Comênio.



1630

· Segunda invasão holandesa no Brasil, em Recife.


· Escravos fundam o Quilombo de Palmares

.

· A imprensa chega à Argentina.

1631 · É fundado o colégio jesuíta de Santo Inácio, em São Paulo.

1646

· Os jansenistas, conhecidos como os "

solitários de Port·Royal", organizam as "

pequenas escolas" que terão importante papel na formação de líderes para a Igreja e para o Estado.



ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO

1652

· É fundado o colégio jesuíta de São Miguel, em Santos, o de Santo Alexandre, no Pará, e o de Nossa Senhora da Luz, em São Luiz do Maranhão.

1654 · É fundado o colégio jesuíta de São Tiago, no Espírito Santo. · Os holandeses são definitivamente expulsos do Brasil.

1675 · É criada a Universidade da Guatemala.

1678 · E fundado o colégio jesuíta de Nossa Senhora do Ó, em Recife.

1683 · É fundado o colégio jesuíta da Paraíba.

1684

· João Batista de La Salle funda o

Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs

, para que os pobres obtenham gratuitamente instrução elementar.



1686

· Madame de Maintenon, esposa de Luiz XIV, funda o Colégio de Saint-Cyr, para meninas de 7 e 12 anos que permanecem lá até os 20 anos.

1688

· A Revolução Gloriosa destrona os Stuarts e encerra o absolutismo na Inglaterra.

1689

· É resolvida a "Questão dos Moços Pardos

", surgida com a proibição, por parte dos jesuítas, da matrícula e da freqüência dos mestiços. Como as escolas eram públicas, para não perderem os subsídios que recebiam, são obrigados a readmití·los.



1692 · É criada a Universidade de Cusco.

1695 · Em 20 de novembro morre Zumbi dos Palmares.

1699

· É fundada na Bahia a Escola de Artes e Edificações Militares

.

· Nasce em Portugal, Sebastião José de Carvalho e Melo, o futuro Marquês de Pombal.

ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO

1708

· Guerra dos Emboabas. Emboabas

eram os estrangeiros ou pessoas vindas de outras partes da colônia para procurar ouro em São Vicente, São Paulo.

· Os jesuítas possuem 769 colégios espalhados pelo mundo.

1710 · Guerra dos Mascates, em Pernambuco.

1712 · Nasce em Genebra Jean·Jacques Rousseau.

1721 · É criada a Universidade da Caracas.

1722

· Os oficiais da Câmara queixam-se ao Rei, contra alguns religiosos, sobre a questão do ensino.

1738 · É fundada no Rio de Janeiro a Escola de Artilharia

.

· É criada a Universidade de Santiago do Chile.

1739 · São fundados os Seminários de São José e São Pedro, no Rio de Janeiro.

1740 · É fundada em Paris a primeira Escola de Artes e Ofícios

.



ANO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA HISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO HISTÓRIA DO MUNDO

1750

· Tratado de Madri anula o das

Tordesilhas, resolvendo o problema das

Missões.


· A introdução da máquina a vapor inicia a

Revolução Industrial.


· D. José I, Rei de Portugal, nomeia Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra.

1755

· Um terremoto devasta a cidade de Lisboa, derrubando e incendiando casas e palácios.

1756

· Tem início a Guerra dos Sete Anos
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Os jesuítas

Filosofia e História da Educação
Turma: 3001


Os jesuítas


Quem eram os jesuítas, Companhia de Jesus, objetivos, catequização de índios, atuação no Brasil, história da educação.


Padre José de Anchieta catequizando os índios brasileiros




Introdução

Os jesuítas eram padres da Igreja Católica que faziam parte da Companhia de Jesus. Esta ordem religiosa foi fundada em 1534 por Inácio de Loiola. A Companhia de Jesus foi criada logo após a Reforma Protestante (século XVI), como uma forma de barrar o avanço do protestantismo no mundo. Portanto, esta ordem religiosa foi criada no contexto da Contra-Reforma Católica.
Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil no ano de 1549, com a expedição de Tomé de Souza.
Objetivos dos jesuítas:
- Levar o catolicismo para as regiões recém descobertas, no século XVI, principalmente à América;
- Catequizar os índios americanos, transmitindo-lhes as línguas portuguesa e espanhola, os costumes europeus e a religião católica;
- Difundir o catolicismo na Índia, China e África, evitando o avanço do protestantismo nestas regiões;
- Construir e desenvolver escolas católicas em diversas regiões do mundo.
Podemos destacar os seguintes jesuítas que vieram ao Brasil no século XVI: Padre Manoel da Nóbrega, Padre José de Anchieta e Padre Antônio Vieira.
Em 1760, alegando conspiração contra o reino português, o marquês de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil, confiscando os bens da ordem. A ordem dos jesuítas foi extinta pelo papa Clemente XIV, no ano de 1773. Somente no ano de 1814 que ela voltou a ser aceita pela Igreja Católica, graças ao papa Pio VII.

Grécia Antiga

Grécia Antiga
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Série História da Grécia


Civilização Egéia
antes de 1600 a.C.

Grécia Micênica
c. 1600-1200 a.C.

Idade das Trevas
c. 1200-800 a.C.

Grécia Antiga 776-323 a.C.

Período Helenístico
323 a.C.-146 a.C.

Período Greco-Romano
146 a.C.-330 AD

Império Bizantino
330 AD-1453 AD

Período Otomano
1453-1832

Grécia Moderna
depois de 1832

Tópicos
Língua Grega
Literatura Grega

História militar
O grego em termos


Grécia Antiga é o termo geralmente usado para descrever, em seu período clássico antigo, o mundo grego e áreas próximas (como Chipre, Anatólia, sul da Itália, da França e costa do mar Egeu, além de assentamentos gregos no litoral de outros países —; como o Egipto.
Não existe uma data fixa ou sequer acordo quanto ao período em que se iniciou e terminou a Grécia Antiga. O uso comum situa toda história grega anterior ao império romano como pertencente a esse período, mas os historiadores[carece de fontes?] usam o termo Grécia Antiga de modo mais preciso. Alguns escritores[carece de fontes?] incluem o período minóico e o período micênico (entre 1600 e 1100 a.C.) dentro da Grécia Antiga, enquanto que outros[carece de fontes?] argumentam que essas civilizações eram tão diferentes das culturas gregas posteriores que, mesmo falando grego, devem ser classificadas à parte.
Tradicionalmente, a Grécia Antiga abrange desde os primeiros Jogos Olímpicos em 776 a.C. (alguns historiadores estendem o começo para 1000 a.C.) até à morte de Alexandre, o Grande em 323 a.C. O período seguinte é o do helenismo.
Estas datas são convenções dos historiadores e alguns autores[carece de fontes?] chegam mesmo a considerar a Grécia Antiga como um período presente até o advento do cristianismo, no terceiro século da era cristã. Os antigos gregos autodenominavam-se helenos, e a seu país chamavam Hélade[carece de fontes?]. Nunca chamaram a si mesmos de gregos nem à sua civilização Grécia, pois ambas essas palavras são latinas, tendo sido-lhes atribuídas pelos romanos.
Índice
[esconder]
• 1 Geografia
o 1.1 Grécia insular
• 2 História
o 2.1 Períodos
o 2.2 Civilização minóica
o 2.3 Civilização micénica
o 2.4 Idade das Trevas
o 2.5 Período Arcaico
o 2.6 Consequências da colonização
o 2.7 Período Clássico
 2.7.1 Guerras Medo-Persas
 2.7.2 Guerra do Peloponeso
o 2.8 Ascensão da Macedónia
o 2.9 Período Helenístico
• 3 Sociedade e organização política
o 3.1 A cidade-estado grega
o 3.2 Esparta
• 4 Cultura da Grécia Antiga
o 4.1 Educação em Atenas
o 4.2 Jogos Olímpicos
• 5 Arte da Grécia Antiga
• 6 Legado da Grécia Antiga
• 7 Ver também
• 8 Ligações externas
• 9 Bibliografia

[editar] Geografia


O antigo mundo grego, por volta de 550 a.C..
A área ocupada pela antiga civilização grega não se identifica completamente com a área da Grécia contemporânea. Além disso, não existiu um estado politicamente unificado entre os Gregos antigos.
Situada na porção sul da Península Balcânica, o território da Grécia continental caracteriza-se pelo seu relevo montanhoso. A cordilheira dominante é a dos Montes Pindo que separa a costa oriental, banhada pelo Mar Egeu da costa ocidental, banhada pelo Mar Adriático.
Na Grécia central, entre o Golfo de Corinto e o Mar da Eubéia, situa-se a Beócia, cuja principal cidade na antiguidade era Tebas. Os Montes Citéron separavam a Beócia da península da Ática, onde se encontram as cadeias do Himeto, do Pentélico e do Parnes.
No Peloponeso distinguiam-se também várias regiões. Ao centro, situa-se a Arcádia, uma planície rodeada por montanhas. A Lacônia situa-se na região sudeste, compreendendo o vale do Rio Eurotas, delimitado a oeste pelo Monte Taígeto e a oriente pelo Monte Párnon. No sudoeste do Peloponeso está a Messénia.
[editar] Grécia insular
No Mar Egeu encontram-se várias ilhas, que recebem o nome genérico de Espórades. As Espórades compreendem dois grupos, o das ilhas do norte e as ilhas do sul. As Cíclades, que receberam esta designação por se disporem em círculo em torno da ilha de Delos, são ilhas de pequena dimensão. Do grupo de ilhas do Dodecaneso (Dhodhekánisos, "doze ilhas", apesar de serem cerca de 160), destaca-se a ilha de Rodes.
[editar] História
Ver artigo principal: História da Grécia


O Partenon, na Acrópole de Atenas.
Os gregos originaram-se de povos que migraram para a península balcânica em diversas ondas, com início no terceiro milénio a.C.. Entre os invasores, merecem destaque os pioneiros: os aqueus, os jônicos, os dóricos e os eólios —; todos indo-arianos provenientes da Europa Oriental. As populações invasoras são em geral conhecidas como "helênicas", pois sua organização de clãs fundamentava-se, no que concerne à mística, na crença de que descendiam do deus Heleno, filho de Deucalião e Pirra. A última das invasões foi a dos dóricos, já em fins do segundo milénio a.C..
[editar] Períodos
• Pré-Homérico (1900-1100 a.C) — Período antes da formação do homem grego e da chegada cretense e fenícia. Nessa época, estavam se desenvolvendo as civilizações Cretense ou Minóica (ilha de Creta) e a Micênica (continental).
• Homérico (1100-700 a.C) — Quando acontece a chegada de Homero, que foi considerado marco na história por suas obras, Odisséia e Ilíada. Período que iniciou a ruralização e comunidade gentílica (comunidade na qual um ajuda o outro na produção e colheita). Só plantavam o que iriam consumir (quando a terra não estava fértil saíam em busca de terra).
• Obscuro (1150-800 a.C.) — Chegada dos aqueus, dóricos, eólios e jônicos; formação dos génos; ausência da escrita.
• Arcaico (800-500 a.C.) — Formação da pólis; colonização grega; aparecimento do alfabeto fonético, da arte e da literatura além de progresso econômico com a expansão da divisão do trabalho do comércio, da indústria e processo de urbanização. É neste período onde os vários modelos das pólis vão se constituindo, definindo assim a estrutura interna de cada cidade-Estado.
• Clássico (500-338 a.C.) — O período de esplendor da civilização grega, ainda que discutível. As duas cidades consideradas mais importantes desse período foram Esparta e Atenas, além disso outras cidades muito importantes foram Tebas, Corinto e Siracusa. Neste momento a História da Grécia é marcada por uma série de conflitos externos (Guerras Médicas) e interno (Guerra do Peloponeso).
• Helenístico (338-146 a.C.) — Crise da pólis grega, invasão macedônica, expansão militar e cultural helenística, a civilização grega se espalha pelo Mediterrâneo e se funde a outras culturas.
[editar] Civilização minóica
Ver artigo principal: Civilização minóica


Pintura mural em Cnossos.
A civilização minóica foi uma civilização existente nas ilhas do Mar Egeu entre 2200 a.C. e 1400 a.C.. Esta civilização foi descoberta pelo arqueólogo inglês Arthur Evans, tendo o seu foco principal na ilha de Creta.
A civilização minóica teria surgido a partir de uma fusão dos habitantes de Creta com populações que se fixaram nesta ilha vindas da Ásia Menor[carece de fontes?]. Os Minóicos tiveram como principal actividade económica o comércio e criaram uma civilização que tinha em grandes palácios os seus centros administrativos. Em torno dos palácios existiam casas, não sendo os palácios amuralhados. Os palácios apresentavam sistemas de iluminação e esgotos e estavam decorados com belas pinturas[carece de fontes?].
Os Minóicos já conheciam a escrita (Linear A e Linear B) e destacaram-se pelo trabalho do ouro e das gemas, bem como por uma cerâmica decorada com motivos marítimos e geométricos.
Suas terras mais férteis estavam na parte esquerda da ilha, onde se encontravam as principais cidades como Cnossos (capital) e Kato-Zacros. Apesar dos seus palácios terem sofrido com os terremotos que atingiam a região, os Minóicos prosperaram até 1400 a.C. A decadência desta civilização parece ter sido o resultado de ataques de inimigos, entre os quais se encontrariam os Micénicos.
Vale a pena destacar o papel da mulher na sociedade minóica. Ao contrário das futuras cidades, como Atenas e Esparta, onde a mulher não tinha direitos políticos e era vista apenas como uma reprodutora, a mulher Minóica era livre, podia adquirir propriedades e ser independente.
[editar] Civilização micénica
Ver artigo principal: Civilização micênica


Máscara funerária da civilização micénica (Máscara de Agamemnon).
Os Minóicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos Micénicos, que adoptam aspectos da cultura minóica. O nome "micénico" foi criado por Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no sítio de Micenas, no nordeste do Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades além de Tirinto, Tebas e Esparta. Julga-se que os Micénicos se chamariam a si próprios Aqueus. A sua civilização floresceu entre 1600 e 1200 a.C.
Os Micénicos já falavam grego. Não tinham uma unidade política, existindo vários reinos micénicos. À semelhança dos Minóicos o centro político encontrava-se no palácio, cujas paredes também estavam decoradas com frescos[carece de fontes?].
Para além de praticarem o comércio, os Micénicos eram amantes da guerra e da caça. Por volta de 1400 a.C. os Micénicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura minóica.
Por volta de 1250 a.C. o mundo micénico entra em declínio, o que estaria relacionado com a decadência do reino hitita no Próximo Oriente[carece de fontes?], que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decadência envolveu também guerras internas[carece de fontes?]. É provável que a destruição da cidade de Tróia, facto que se teria verificado entre 1230 a.C. e 1180 a.C., possa estar relacionado com o relato literário de Homero na Ilíada, escrita séculos depois.
[editar] Idade das Trevas
Ver artigo principal: Idade das Trevas
Dá-se o nome de Idade das Trevas ao período que se seguiu ao fim da civilização micénica e que se situa entre 1100 a.C e 750 a.C. Durante este período perdeu-se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no século VIII a.C. Os objectos de luxo produzidos durante a era micénica não são mais fabricados neste período. A designação atribuída ao período encontra-se relacionada não apenas com a decadência civilizacional, mas também com as escassas fontes para o conhecimento da época.
Outro dos fenómenos que se verificou durante este período foi o da diminuição populacional, não sendo conhecidas as razões exactas que o possam explicar. Para além disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.
[editar] Período Arcaico
Ver artigo principal: Período Arcaico
O Período Arcaico tem como balizas temporais tradicionais a data de 776 a.C., ano da realização dos primeiros Jogos Olímpicos, e 480 a.C., data da Batalha de Salamina. A Grécia era ainda dividida em pequenas províncias com autonomia, em razão das condições topográficas da região: cada planície, vale ou ilha é isolada de outra por cadeias de montanhas ou pelo oceano.
A origem das cidades gregas remonta à própria organização dos invasores, especialmente dos aqueus, que se agrupavam nos chamados ghené (ghenos, no singular). Os ghené eram essencialmente comunidades tribais que cultuavam seus deuses na acrópole (local elevado). A vida econômica dessas grandes famílias era, a princípio, baseada em laços de parentesco e cooperação social. A terra, a colheita e o rebanho pertenciam à comunidade. Havia uma liderança política na figura do pater, um membro mais velho e respeitado. Diversos ghené agrupavam-se em fratarias, e diversas fratarias em tribos.
Com a recuperação econômica após o interlúdio dórico, a população grega cresceu além da capacidade de produção das terras cultiváveis[carece de fontes?]. Diante desse desequilíbrio, e procurando garantir melhores condições de vida, alguns grupos teriam se destacado, passando a manejar armas e a ter domínio sobre as melhores terras e rebanhos. Esses grupos acumularam riqueza, poder e propriedade como resultado da divisão desigual das terras do ghené, considerando-se os melhores — aristoi, em grego. Assim, foram diferenciando-se da maioria da população e dissolvendo a vida comunitária do ghené. Essas transformações sociais estavam na origem da formação da pólis, a cidade grega. A partir de 750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, firmando colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália, no sul da França, na costa da Península Ibérica, no norte de África e nas costas do Mar Negro. Entre os séculos VIII e VI a.C fundaram aí novas cidades, as colônias, as quais chamavam de apoíkias—; palavra que pode ser traduzida por nova casa.
São muitas as causas apontadas pelos historiadores para explicar essa expansão colonizadora grega. Grande parte dessas causas relaciona-se a questões sociais originadas por problemas de posse de terra e dificuldades na agricultura[carece de fontes?].
As melhores terras eram dominadas por famílias ricas (os aristoi, também conhecidos por eupátridas - bem nascidos). A maioria dos camponeses (georgoi) cultivava solos pobres cuja produção de alimentos era insuficiente para atender às necessidades de uma população em crescimento. Uma terceira classe, que não possuía terras, dedicar-se-íam, mais tarde, ao comécio; eram chamados de thetas, marginais. Para fugir à miséria, muitos gregos migravam em busca de terras para plantar e de melhores condições de vida, fundando novas cidades. Assim, no primeiro momento, a principal atividade econômica das colônias gregas foi a agricultura. Posteriormente, muitas colônias transformaram-se em centros comerciais, dispondo de portos estratégicos para as rotas de navegação.
A Hélade começa a dominar lingüística e culturalmente uma área maior do que o limite geográfico da Grécia. As colônias não eram controladas politicamente pelas cidades que as fundavam, apesar de manterem vínculos religiosos e comerciais com aquelas. Predominava entre os gregos sempre a organização de comunidades independentes, e a cidade (cada uma desenvolveu seu próprio sistema de governo, leis, calendário e moeda) tornou-se a unidade básica do governo grego.
[editar] Consequências da colonização
Socialmente, a colonização do Mar Mediterrâneo pelos gregos resultou no desenvolvimento de uma classe rica formada por mercadores (o comércio internacional desenvolvera-se a partir de então) e de uma grande classe média de trabalhadores assalariados, artesãos e armadores. Culturalmente, os gregos realizaram intercâmbios com outros povos.
Na economia, a indústria naval se desenvolveu, obviamente, passando a consumir crescente quantidade de madeira das florestas gregas. O padrão de vida na Grécia melhorou acentuadamente (o tamanho médio das residências encontradas por arqueólogos aumentou 5 vezes)[carece de fontes?]. A expectativa de vida aumentou em vários anos (assim como a altura média, o que indica um melhor padrão de vida)[carece de fontes?]. A população aumentou de 600.000 no século VIII a.C. para em torno de 9 milhões, no século IV a.C.[carece de fontes?]. E tudo isso fez com que no século IV, a Grécia já possuísse a economia mais avançada do mundo[carece de fontes?] e com um nível de desenvolvimento extremamente raro para uma economia pré-industrial. Apesar disso, houve concentração fundiária, em algumas cidades essa concentração levou a revoltas e tiranias, em outras a aristocracia manteve o controle graças a legisladores inclementes.
[editar] Período Clássico
[editar] Guerras Medo-Persas
História (ocidente)

Pré-História

Idade Antiga
Antiguidade clássica

Antiguidade tardia

Idade Média
Alta Idade Média

Baixa Idade Média

Idade Média Plena

Idade Média Tardia

século XV

Idade Moderna

século XVI

século XVII

século XVIII

Idade Contemporânea

século XIX

século XX

século XXI

O Período Clássico estende-se entre 480 a.C. e 359 a.C. e é dominado por Esparta e Atenas. Cada um destas pólis desenvolveu o seu modelo político (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas).
Ao nível externo verifica-se a ascensão do Império Persa Aqueménida quando Ciro II conquista o reino dos Medos. O Império Aqueménida prossegue uma política expansionista e conquista as cidades gregas da costa da Ásia Menor. Atenas e Erétria apoiam a revolta das cidades gregas contra o domínio persa, mas este apoio revela-se insuficiente já que os Jónios são derrotados: Mileto é tomada e arrasada e muitos Jónios decidem fugir para as colónias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reacção persa e esteve na origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.).
Em 490 a.C. a Ática é invadida pelas forças persas de Dario I, que já tinham passado por Erétria, destruindo esta cidade. O encontro entre Atenienses e Persas ocorre em Maratona, saldando-se na vitória dos Atenienses, apesar de estarem em desvantagem numérica.
Dario prepara a desforra, mas falece em 485, deixando a tarefa ao seu filho Xerxes I que invadiu a Grécia em 480 a.C. Perante a invasão, os Gregos decidem esquecer as diferenças entre si e estabelecem uma aliança composta por 31 cidades, entre as quais Atenas e Esparta, tendo sido atribuída a esta última o comando das operações militares por terra e pelo mar. As forças espartanas lideradas pelo rei Leónidas I conseguem temporariamente bloquear os Persas na Batalha das Termópilas, mas tal não impede a invasão da Ática. O general Temístocles tinha optado por evacuar a população da Ática para Salamina e sob a direcção desta figura Atenas consegue uma vitória sobre os Persas em Salamina. Em 479 a.C. os gregos confirmam a sua vitória desta feita na Batalha de Platéias. A frota persa foge para o Mar Egeu, onde em 478 a.C. é vencida em Mícale.
[editar] Guerra do Peloponeso


Mapa do Império ateniense por volta de 450 a.C.
Com o fim das Guerras Médicas, e em resultado da sua participação decisiva no conflito, Atenas torna-se uma cidade poderosa, que passa a intervir nos assuntos do mundo grego. Esparta e Atenas distanciam-se e entram em rivalidade, encabeçando cada um delas uma aliança política e militar: no caso de Esparta era a Liga do Peloponeso e no caso de Atenas a Liga de Delos. Esta última foi fundada em 477 a.C. e era composta essencialmente por estados marítimos que encontravam-se próximos do Mar Egeu, que temiam uma nova investida persa. O centro administrativo da liga era a ilha de Delos.
Para poder atingir o seus objectivos a Liga precisava possuir uma frota. Os seus membros poderiam contribuir para a formação desta com navios ou dinheiro, tendo muitos estados optado pela última opção. Com o tempo Atenas afirma-se como o estado mais forte da Liga, facto simbolizado com a transferência do tesouro de Delos para Atenas em 454 a.C.. Os Atenienses passam a considerar qualquer secessão da Liga como um acto de traição e punem os estados que tentam fazê-lo. Esparta aproveita este clima para realizar a sua propaganda.
As relações entre as duas póleis atingem o grau de saturação em 431 a.C., ano em que se inicia a guerra. As causas para esta guerra, cuja principal fonte para o seu conhecimento é o historiador Tucídides, são essencialmente três. Antes do conflito Atenas prestara ajuda a Córcira, ilha do Mar Jónio fundada por Corinto (aliada de Esparta), mas que era completamente independente. Atenas também decretara sanções económicas contra Mégara, justificadas com base em uma alegada transgressão de solo sagrado entre Mégara e Atenas. Para além disso, Atenas realiza um bloqueio naval à cidade de Potideia, no norte da Grécia, sua antiga aliada que se revoltara e pedira ajuda a Corinto[carece de fontes?].
Esparta lança um ultimato a Atenas: deve levantar as sanções a Mégara e suspender o bloqueio a Potideia. Péricles consegue convencer a Assembleia a rejeitar o ultimato e a guerra começa. Os Atenienses adoptam a estratégia proposta por Péricles, que advogava que a população dos campos se concentrasse no interior das muralhas de Atenas; os alimentos e os recursos chegariam através do porto do Pireu. Contudo, a estratégia teve um resultado imprevisível: a concentração da população, aliada a condições de baixa higiene provocou a peste que atingiu ricos e pobres e o próprio Péricles. A guerra continuou até 422 a.C. ano em que Atenas é derrotada em Anfípolis. Na batalha morrem o general espartano Brásidas e o ateniense Cléon, ficando o ateniense Nícias em condições de estabelecer a paz (Paz de Nícias, 421 a.C.). Apesar do suposto cessar das hostilidades, entre 421 e 414 as duas póleis continuam a combater, não directamente entre si, mas através do seus aliados, como demonstra a ajuda secreta dada a Argos por Atenas. Em 415 a.C. Alcibíades convenceu a Assembleia de Atenas a lançar um ataque contra Siracusa, uma aliada de Esparta, em expedição que se revelou um fracasso. Com a ajuda monetária dos Persas, Esparta construiu uma frota, que foi decisiva para vencer a guerra. Na Primavera de 404 a.C. Atenas rende-se.
Esse foi um tempo em que o mundo grego prosperou, com o fortalecimento das cidades-Estado e a produção de obras que marcariam profundamente a cultura e a mentalidade ocidental.
Mas foi também o período em que o mundo grego viu-se envolvido em longas e prolongadas guerras.
[editar] Ascensão da Macedónia


Filipe II da Macedónia.
O reino da Macedónia, situado a norte da Grécia, emerge em meados do século IV a.C. como nova potência. Os macedónios que não falavam o grego e não adoptaram o modelo político dos gregos, eram vistos por estes como bárbaros. Apesar disso, muitos nobres macedónios aderiram à cultura grega, tendo a Macedónia sido responsável pela difusão da cultura grega em novos territórios.
Durante o reinado de Filipe II da Macedónia o exército macedónio adopta técnicas militares superiores, que aliadas à diplomacia e à corrupção, vão permitir-lhe a dominar as cidades da Grécia[carece de fontes?]. Nestas formam-se partidos favoráveis a Filipe, mas igualmente partidos que se opõem aos Macedónios. Em 338 a.C. Filipe e o seu filho, Alexandre, o Grande, derrotam uma coligação grega em Queroneia, desta forma colocando a Grécia continental sob domínio macedónio. Filipe organiza então a Grécia em uma confederação, a Assembleia de Corinto, procurando unir os gregos com um objectivo comum: conquistar o Império Persa como forma de vingar pela invasão de 480 a.C[carece de fontes?]. Contudo, Filipe viria a ser assassinado por um nobre macedónio em Julho de 336 a.C., tendo sido sucedido pelo seu filho Alexandre.
Alexandre concretizou o objectivo do pai, através da vitória nas batalhas de Granico, Isso e Gaugamela, marchando até à Índia. No regresso, Alexandre era senhor de um vasto império que ia da Ásia Menor ao Afeganistão, passando pelo Egipto. Alexandre faleceu de forma prematura (possivelmente de malária[carece de fontes?]) na Babilónia em 323 a.C.
[editar] Período Helenístico
Ver artigo principal: Helenismo
Após a morte de Alexandre, os seus generais lutaram entre si pela posse do império. As cidades gregas aproveitam a situação para se livrarem do domínio macedónio, mas foram subjugadas por Antípatro na Guerra Lamíaca (323-322).
Nenhum dos generais de Alexandre conseguiu reunir o império sob o seu poder. Em vez disso, nasceram vários reinos que seguiriam percursos diferentes: Antígono fundou um reino que compreendia a Macedónia, a Grécia e partes da Ásia Menor; Seleuco, estabeleceu um vasto reino que ia da Babilónia ao Afeganistão e Ptolemeu torna-se rei do Egipto.
[editar] Sociedade e organização política
São inúmeras as diferenças entre a Grécia moderna e a Grécia Antiga. O mundo grego antigo estendia-se por uma área muito maior do que o território grego atual. Além disso, há outra diferença básica. Hoje, a Grécia constitui um país, cujo nome oficial é República Helênica. Já a Grécia Antiga nunca foi um estado unificado com governo único. Era um conjunto de cidades-estado independentes entre si, com características próprias embora a maioria das cidades-estado tivessem seus sistemas econômicos parecidos, excluindo-se de Esparta.
[editar] A cidade-estado grega
Desde o século VIII a.C., formaram-se pela Grécia Antiga diversas cidades independentes. Em razão disso, cada uma delas desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, seu calendário, sua moeda. Essas cidades eram chamadas de pólis, palavra grega que costuma ser traduzida por cidade-estado.
De modo geral, a pólis reunia um agrupamento humano que habitava um território cuja extensão geralmente variava entre 1.000 e 10.000 km²[carece de fontes?]. Compreendia uma área urbana e outra rural. Atenas, por exemplo, tinha 2.500 km², Siracusa tinha 5.500 km² e Esparta se estendia por 7.500 km²[carece de fontes?]. A área urbana freqüentemente se estabelecia em torno de uma colina fortificada denominada acrópole (do grego akrós, alta e pólis, cidade). Nessa área concentrava-se o centro comercial e a manufatura. Ali, muitos artesãos e operários produziam tecidos, roupas, sandálias, armas, ferramentas, artigos em cerâmica e vidro. Na área rural a população dedicava-se às atividades agropastoris: cultivo de oliveiras, videiras, trigo, cevada e criação de rebanhos de cabras, ovelhas, porcos e cavalos. Este agrupamento visava atingir e manter uma completa autonomia política e social para com as outras poleis gregas, embora existisse muito comércio e divisão de trabalho entre as cidade gregas. Atenas por exemplo, importava 80%[carece de fontes?] de seus alimentos, incluindo 100%[carece de fontes?] de seus cereais e exportava azeite, chumbo, prata, bronze, cerâmica e vinho. No mundo grego encontramos diversas pólis, como, por exemplo, Messênia, Tebas, Mégara e Erétria.
A maioria das cidades-estado gregas era pequena, com populações de aproximadamente 20 mil habitantes[carece de fontes?] ou menos na sua área urbana. Mas as principais cidades eram bem maiores, no século IV a.C., essas cidades eram Atenas, com estimados 170 mil habitantes[carece de fontes?] em sua área urbana, Siracusa, com aproximadamente 150 mil habitantes[carece de fontes?], e Corinto, com mais de 100 mil habitantes[carece de fontes?]. Esparta tinha apenas 40 mil habitantes[carece de fontes?] em sua área urbana, sendo uma cidade-estado pouco urbanizada em relação às outras.
Atenas era a maior e mais rica cidade da Grécia Antiga durante os séculos V e IV a.C. Existem relatos da época que reportam um volume comercial externo (soma das importações e exportações das cidades do império ateniense) da ordem de 180 milhões de dracmas[carece de fontes?] áticos, valor duas vezes superior ao orçamento do Império Persa na mesma época[carece de fontes?].
[editar] Esparta
Ver artigo principal: Esparta
[editar] Cultura da Grécia Antiga
Ver artigo principal: Cultura da Grécia Antiga
Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos) e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).
[editar] Educação em Atenas
Em Atenas, apesar das mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontrava-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategistas. Herodoto
Poeta grego que foi quem escreveu duas importantes obras:Ilíada e odisséia que serviram de grande importância para o estudo da grécia antiga.
Ilíada falava sobre as aventuras de um heroi da guerra de Tróia
Odisséia fala sobre a aventura de ulisses em sua volta ao lar
Até hoje existem váris discussões sobre este poeta grego por exemplo:será que ele existiu mesmo ou é só uma lenda?

Ver também: Paidéia
[editar] Jogos Olímpicos


Reconstrução de Olímpia na Antiguidade.
Um exemplo de atividade cultural comum entre os gregos foram os Jogos Olímpicos. A partir de 776 a.C., de quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas cidades reuniam-se em Olímpia para a realização de um festival de competições. Esse festival ficou conhecido como Jogos Olímpicos. Os jogos olímpicos eram realizados em honra a Zeus (o mais importante deus grego) e incluíam provas de diversas modalidades esportivas: corridas, saltos, arremesso de disco, lutas corporais. Além do esporte havia também competições musicais e poéticas.
Os Jogos Olímpicos eram anunciados por todo o mundo grego dez meses antes de sua realização. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à participação das mulheres, seja como esportistas, seja como espectadoras.
Os atletas que participavam das competições eram respeitados pelos gregos em geral. O prêmio para os vencedores era apenas uma coroa feita com ramos de oliveira colhidos num bosque consagrado a Zeus. Mas a sua glória era imensa. As cidades recepcionavam os vitoriosos com festas e homenagens[carece de fontes?]. Poetas, como Píndaro, faziam poemas em sua homenagem, e o governo erguia-lhes estátuas.
Os Jogos Olímpicos da Idade Antiga foram celebrados até 393 d.C., quando o imperador romano Teodósio, que era cristão, mandou fechar o templo de Zeus em Olímpia, para combater cultos não-cristãos. Quinze séculos depois o educador francês Pierre de Fredy, o barão de Coubertin (1836-1937), empreendeu esforços para restaurar os Jogos Olímpicos. Sua "causa" obteve simpatia e adesão internacionais. Em 1896, foram realizados em Atenas os primeiros Jogos Olímpicos da época contemporânea. As atuais Olimpíadas, também realizadas de quatro em quatro anos, reunindo atletas de diversos países do mundo, procuram preservar o ideal de unir os povos por meio do esporte.
[editar] Arte da Grécia Antiga
Ver artigo principal: Arte da Grécia Antiga


Estátua de Zeus.
Um dos mais expressivos monumentos do período antigo é o Partenon, templo com colunas dóricas, construído entre 447 e 438 a.C. na acrópole de Atenas, e dedicado à padroeira da cidade, Athenea Párthenos. A construção foi projetada pelos arquitetos Calícrates e Ictinos, e é comandada por Fídias. Suas linhas arquitetônicas serviram de inspiração para a construção de muitos outros edifícios em todo o mundo.
[editar] Legado da Grécia Antiga
Ver artigo principal: Legado Grego
A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental. A cultura grega exerceu poderosa influência sobre os romanos, que se encarregaram de repassá-la a diversas partes da Europa. A civilização grega antiga teve influência na linguagem, na política, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na tecnologia, na arte e na arquitectura moderna, particularmente durante a renascença da Europa ocidental e durante os diversos reviveres neoclássicos dos séculos XVIII e XIX, na Europa e Américas.
Conceitos como cidadania e democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento na mão dos gregos. Qualquer história da Grécia Antiga requer cautela na consulta a fontes. Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos sobreviveram ao tempo eram, em sua maioria, atenienses ou pró-atenienses, e todos conservadores[carece de fontes?]. Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a história das outras cidades; além disso, esses homens concentraram seus trabalhos mais em aspectos políticos (e militares e diplomáticos, desdobramentos daqueles), ignorando o que veio a se conhecer modernamente por história econômica e social. Toda a história da Grécia antiga precisa dar atenção à condução parcial pelas fontes.
Colégio Estadual Geraque Collet
História e Filosofia da Educação


Exercícios sobre a grécia antiga


Leia o artigo: Roma e Grécia Antiga

Questões:01.
Esparta apresentou um desenvolvimento histórico distinto da maioria das cidades gregas, pois:

a) Formou-se a partir de um governo conservador e assumiu um sistema político democrático, com a participação de todos os cidadãos.

b) Organizou-se na forma de governo oligárquico, cujo objetivo principal era preservar os interesses da aristocracia.

c) Transitou de um governo monárquico para o regime de tirania, o que proporcionou uma política de equilíbrio entre as camadas sociais.

d) Assumiu a forma republicana de governo, sem possibilidade de ascensão dos grupos sociais.

e) Caracterizou-se por um governo autocrático, no qual o grupo dirigente reunia poderes temporais e espirituais.

02. Comparando-se a educação ateniense com a espartana, conclui-se que:

a) Os atenienses valorizavam a formação intelectual e física do homem, enquanto os espartanos,o militarismo.
b) As relações democráticas em Atenas possibilitavam que muitas mulheres se destacassem na sociedade.
c) Em Atenas desenvolveu-se o laconismo e em Esparta a xenofobia.
d) Os espartanos valorizavam o militarismo e o desenvolvimento da cidadania.
e) O desenvolvimento intelectual ateniense permitiu a instituição da democracia e o fim da escravidão.

03. Da coesão temporária entre aristocratas e populares, provocada pela luta contra um inimigo comum, aproveitou-se Clístenes para fazer a reforma que implantou a democracia em Atenas. A democracia surgiu:

a) Com o fim das disputas entre as facções políticas, formalizadas pela aliança entre a elite e o povo.

b) A partir da ascensão de Clístenes ao poder, do partido popular, que aliado a ex-escravos derrotou os aristocratas.

c) Para atender aos interesses políticos da nova elite, os mercadores, e preservar certos privilégios da antiga aristocracia, como o latifúndio e a escravidão.

d) Como forma de promover maior desenvolvimento da cidade, equiparando-se agricultura e comércio, baseados nos trabalhos dos thetas.

e) Devido às pretensões da elite agrária, em fazer de Atenas cidade hegemônica, como ocorreria no século seguinte.

04. O século VI a.C. marca a passagem do período arcaico para o período clássico na história dos antigos gregos. O elemento que marcou essa mudança foi:

a) O grande desenvolvimento cultural de Atenas, liderado por Péricles, permitindo à cidade liderar todo o mundo grego.

b) As Guerras Médicas, que possibilitaram o fortalecimento de diversas cidades gregas, dando início à hegemonia dos gregos.

c) O antagonismo entre Atenas e Esparta, mais aguçado, determinando um conjunto de internas pelo poder.

d) A derrota do Império Persa, que permitiu aos gregos o início do expansionismo sobre a parte do Oriente e a criação da cultura helenística.

e) O início de um período caracterizado pela hegemonia de uma cidade sobre as demais, eliminando a soberania da maioria das polis.


05. Os espartanos se utilizaram o laconismo e da xenofobia para reforçar o status quo e evitar mudanças preservando:

a) Um sistema social no qual a mulher não possuía nenhuma função de destaque.
b) A distância sócia econômica, permanecendo o perieco como escravo, e o espartíata como intelectual.
c) A estrutura política que garantia o direito do voto para que todos não fossem escravos.
d) Os limites territoriais da cidade, que fora ameaçado pelo expansionismo persa.
e) Os privilégios da elite militar, que controlava as terras férteis, consideradas propriedades estatais.


06. A vida política de Atenas, durante o período arcaico, foi caracterizada pelas transformações que culminariam com a criação da democracia escravista.

Pode-se afirmar que essas transformações foram impulsionadas:

a) A partir do enriquecimento de artesãos e comerciantes, que aumentaram a posição à oligarquia eupátrida.
b) Pelas grandes rebeliões de escravos que exigiam a liberdade de direitos políticos.
c) Pelo isolamento da cidade, permitindo a ausência e, portanto, a estabilidade política.
d) Naturalmente, acompanhando o desenvolvimento intelectual e cultural da cidade.
e) Após a vitória ateniense sobre os persas, terminadas as Guerras Médicas.


07. (FAAP) Em 334 a. C., Alexandre Magno lançou-se à conquista de um vasto império. Gregos e orientais, num processo de mutualidade, geraram uma nova e brilhante civilização, nascida dos escombros de outras.

Com relação a esse período, pergunta-se:

a) A qual civilização se refere?
_______________________________________________________________________________
b) Quais as mais importantes correntes filosóficas dessa época?


08. (MACKENZIE) As diferenças políticas e econômicas entre espartanos e atenienses culminaram no conflito armado denominado:

a) Guerras Médicas
b) Guerras Púnicas
c) Guerra do Peloponeso
d) invasão macedônica
e) Guerras Gaulesas


09. (UEMT) O enfraquecimento das cidades gregas, após a Guerra do Peloponeso (431 - 404 a. C.), possibilitou a conquista da Grécia pelos:

a) bizantinos
b) hititas
c) assírios
d) persas
e) macedônios


10. (S. J. DO RIO PRETO) Os gregos possuíam divindades menores que inspiravam suas criações artísticas e científicas: assim Clio era a musa inspiradora da:

a) Música
b) História
c) Poesia Épica
d) Astronomia
e) Comédia

Resolução:

01. B 02. A 03. C 04. E
05. E 06. A

07. a) Da civilização helenística.
b) Epicurismo, com Epicuro, e estoicismo, com Zenon.

08. C 09. E 10. B

O Renascimento

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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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TRÁFICO E OS NAVIOS NEGREIROS


Na Colônia, ainda no século XVI, os portugueses já haviam dado início ao tráfico negreiro, atividade comercial bastante lucrativa. Os traficantes de escravos negros, interessados em ampliar esse rendoso negócio, firmaram alianças com os chefes tribais africanos. Estabeleceram com eles um comércio baseado no escambo, onde trocavam tecidos de seda, jóias, metais preciosos, armas, tabaco, algodão e cachaça, por africanos capturados em guerras com tribos inimigas.

Segundo o historiador Arno Wehling, "a ampliação do tráfico e sua organização em sólidas bases empresariais permitiram criar um mercado negreiro transatlântico que deu estabilidade ao fluxo de mão-de-obra, aumentando a oferta, ao contrário da oscilação no fornecimento de indígenas, ocasionada pela dizimação das tribos mais próximas e pela fuga de outras para o interior da Colônia". Por outro lado, a Igreja, que tinha se manifestado contra a escravidão dos indígenas, não se opôs à escravização dos africanos. Dessa maneira, a utilização da mão-de-obra escrava africana tornou-se a melhor solução para a atividade açucareira.

Os negros trazidos para o Brasil pertenciam, principalmente, a dois grandes grupos étnicos: os sudaneses, originários da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim, e os bantos, capturados no Congo, Angola e Moçambique. Estes foram desembarcados, em sua maioria, em Pernambuco, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Os sudaneses ficaram na Bahia. Calcula-se que entre 1550 e 1855 entraram nos portos brasileiros cerca de quatro milhões de africanos, na sua maioria jovens do sexo masculino.

Os navios negreiros que transportavam africanos até o Brasil eram chamados de tumbeiros, porque grande parte dos negros, amontoados nos porões, morria durante a viagem. O banzo (melancolia), causado pela saudade da sua terra e de sua gente, era outra causa que os levava à morte. Os sobreviventes eram desembarcados e vendidos nos principais portos da Colônia, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Os escravos africanos eram, de forma geral, bastante explorados e maltratados e, em média, não aguentavam trabalhar mais do que dez anos. Como reação a essa situação, durante todo o período colonial foram constantes os atos de resistência, desde fugas, tentativas de assassinatos do senhor e do feitor, até suicídios.

Essas reações contra a violência praticada pelos feitores, com ou sem ordem dos senhores, eram punidas com torturas diversas. Amarrados no tronco permaneciam dias sem direito a comida e água, levando inumeráveis chicotadas. Eram presos nos ferros pelos pés e pelas mãos. Os ferimentos eram salgados, provocando dores atrozes. Quando tentavam fugir eram considerados indignos da graça de Deus, pois, segundo o padre Antônio Vieira, ser "rebelde e cativo" é estar "em pecado contínuo e atual"....

Fonte: www.multirio.rj.gov.br
TRÁFICO E OS NAVIOS NEGREIROS

Neste expediente pretendemos demonstrar, de maneira sucinta, a "delicada" condição do transporte de escravos no "auge" do tráfico negreiro realizado principalmente pelos portugueses nos séculos XVI e XVII. Para tanto, contaremos com uma extraordinária participação de José Gonçalves Salvador, um estudioso dedicado ao assunto. Sua obra "Os Magnatas do Tráfico Negreiro" nos fornece a base para elaboração deste humilde trabalho.

Como era feita a divisão dos escravos dentro dos navios? Havia tratamento diferenciado para mulheres, homens e crianças, tratamento no sentido de lugares de acomodação?

Neste último dia 13 de maio de 2004 "celebra-se" a "data oficial" da abolição dos escravos, por meio da Lei Áurea, na ocasião, assinada pela Princesa Isabel. Infelizmente podemos afirmar que a escravidão continua presente em nossos dias, mesmo se tratando de século XXI.

Voltando ao nosso artigo, é interessante saber que muitas das embarcações que transportaram escravos advindos da Guiné (África), serviram, em ocasiões anteriores, para transportar produtos da Índia, pois não podemos deixar de lado a forte cobiça dos portugueses pelas riquezas das especiarias que havia naquela região. Esta situação revela duas informações: 1) a de que estes navios já não contava com um estado de conservação regular a ponto de oferecer a todos os tripulantes algum tipo de segurança durante as longas viagens; 2) a de que Portugal não reunia condições financeiras suficientes para empregar na aquisição de navios novos e mais bem equipados. Estas embarcações já haviam enfrentado longas viagens em busca em busca das riquezas indianas.

É inegável apontarmos os significativos avanços da ciência náutica proferido principalmente pelos portugueses. O autor menciona que este avanço remonta há tempos longínquos, passando pelo el - rei D. Dinis (1261 - 1325), depois com D. João II com o desenvolvimento das naus que se sobressaíram em comparação as embarcações da época, inclusive da utilizada por Vasco da Gama quando cruzara o Cabo da Boa Esperança.

O que percebemos também, é o ligeiro aumento na ousadia das embarcações, sempre com objetivo de aumentar em tamanho, consequentemente em capacidade de carga. D. João III foi o mais ousado com embarcações de até 800 toneladas. Por outro lado, estes avanço e esta coragem, revela um ponto negativo, pois devido ao aumento do tamanho dos navios vêm junto a dificuldade de controlá-los em curso, há também perda de velocidade, pois o peso aumenta consideravelmente.

Com os reis Felipes a ousadia continuou com a ambição de negócios cada vez mais lucrativos. As embarcações eram fabricadas com materiais questionáveis eram fabricadas com materiais de qualidade inferior, o mesmo ocorria com relação a manutenção destas embarcações. Após inúmeras viagens para realização do comércio com as Índias, estas mesmas embarcações serviriam para transportar escravos com destino ao Novo Mundo.

O cristão - novo Duarte Gomes Solis, uma pessoa experiente com tratos comerciais, além de um eximo viajante dá a sugestão de remodelar as construções náuticas, criticando os grandes navios dizendo que estas refletiam nada mais do que a enorme cobiça dos portugueses, com embarcações mau construídas, longe de atingir os objetivos lusos. No entanto, esta idéia ia de encontro aos interesses dos mercadores portugueses.

Em 1630 podemos observar embarcações com menor capacidade, alguns realmente aceitaram tal sugestão de Sois. Mas a crise marítima estava por se apresentar. Em 1640, sob governo de el - rei D. João IV o poderio naval português adentrava em profundo declínio, advindos, em grande parte, de naufrágios constantes.

Com a Companhia Geral do Comércio do Brasil a coroa portuguesa percebeu que precisava enviar escravos em grande quantidade ao Brasil. A solução era sobrecarregar os navios já em uso, que em sua grande maioria eram de baixa capacidade.

Padre Antônio Vieira sugere a compra de navios nas Províncias Unidas. Portugal não tinha recursos para este feito, entretanto, por meio de Nunes da Costa efetuou-se parte de uma encomenda de novos navios. Em 15 de março de 1648 um alvará foi elaborado para ordenar a compra de navios somente com a capacidade mínima de 350.
Navios Empregados no Tráfico Negreiro

De acordo com o autor, no início do transporte de escravos para o Novo Mundo, eram utilizadas vários tipos de embarcações, desde charruas à caravelas, com arqueações também variáveis de 100 à 1000 toneladas. Entretanto, com o passar do tempo, o tráfico foi empregado embarcações mais específicas. Passando de naus de apenas uma cobertura (neste caso os escravos eram transportados nos porões dos navios), para naus de 3 coberturas permitindo uma distribuição dos escravos por categoria (homens, adultos, crianças, mulheres e grávidas). Isto ocorreu a partir do século XVII, como podemos ver o relato:

"os grandes veleiros da época passaram a alojar homens, mulheres e crianças em distintos patamares. Assim, na secção inferior do navio, ficavam os moleques, os rapazes e os machos adultos; no repartimento intermediário, as mulheres, e no superior, em divisões apartadas, as grávidas e as crianças menores. Os espaços restantes, anexos aos costados da proa e da popa, eram reservados exclusivamente para as sentinas e para as utilidades, respectivamente. Guardas, em todos os casos, vigiavam durante a noite, impondo a disciplina. Sabe-se igualmente, que os cativos viajavam assentados em filas paralelas, de uma outra extremidade de cada cobertura, cabeça sobre o colo dos que os seguiam imediatamente. É a isso portanto, que certos missivistas aludem ao afirmarem que os negros navegavam amontoados uns por cima dos outros".

Diante disto, houve uma preocupação da coroa portuguesa com as condições dos escravos a bordo dos navios. Podemos checar isto nos Regimentos da Fazenda Real, como vemos:

" ... sempre se registraram disposições eivadas de bons propósitos na legislação portuguesa sobre o elemento servil. No Regimento de El-rei D. Manuel, dado ao feitor de São Tomé, em fevereiro de 1519, constata-se essa finalidade. Eram-lhe ordenadas, entre as demais atribuições, visitar amiúde as fazendas onde os escravos se encontravam alojados até aos embarques (para verdes e proverdes sobre a cura dos ditos escravos e mantimentos ...). Proibia embarcar os que estivessem doentes, até que fossem curados; mandava dar-lhes cama a bordo, debaixo da cobertura (para virem bem guardados do frio e chuva), (bem providos de inhames, azeite de palma, caroço, banana e alguma malagueta).

O tratamento, segundo o autor, não era muito distante de outros tripulantes que não eram escravos, principalmente em relação a alimentação e as condições de higiene. Tudo era controlado, dosado, dividido. O maior problema está em saber se as determinações apresentadas por regimentos eram efetivamente empregadas e respeitadas. A ambição e a ganância dos traficantes ultrapassaram muitos desses segmentos, carregando navios com a o numero de "peças" dobrado de sua capacidade. Muitas foram as perdas de escravos em meio à longas viagens, havia falta de água, falta de alimento, falta de espaço para locomoção, etc.

Em 23 de setembro de 1664 uma Provisão foi redigida ao governador e ao provedor da Fazenda com intuito de sanar os problemas do transporte de escravos, conforme relato a seguir:

"... foram Ter particular cuidado e vigilância no despacho dos ditos navios, para que nenhum possa sair do porto da Cidade de S. Paulo, sem levar, para cada cem peças, vinte e cinco pipas de água, bem condicionadas e arqueadas, e que nenhum leve mais peças do que seu porte pode levar, para que os ditos escravos possam ir à sua vontade, e não haver tanta mortandade neles."

Esta foi a primeira de muitas outras manifestações oficiais para tentar equacionar tal problema. Relatos de 1610 em informa que muitos navios de particulares foram beneficiados com o tráfico de escravos, utilizando-se navios sem qualquer preparo para este tipo de transporte dos infelizes cativos.

"... em 1591 Domingos de Abreu de Brito que os trezentos, quatrocentos ou quinhentos dos conduzidos ao Brasil em cada nau ou caravela (são de muitos donos)."
Monopólio - a relação dos rendeiros com o governo luso

O governo junto com os contratadores, firmavam contratos para realização do tráfico negreiro, estipulando condições mínimas a serem seguidas para o transporte das "peças", também com referência a quantidade de cabeças em comparação a capacidade das embarcações.

O domínio do tráfico de escravos estava com os cristãos - novos. É importante reforçar, como diz o autor, que as leis estabelecida por regimentos da Fazenda Real e as provisões oficiais, todas estas medidas eram respeitadas de acordo com as necessidades de "peças" em determinadas regiões, junto da expectativa de lucratividade dos mercadores. Os escravos que abasteciam o Brasil eram controlados de acordo com a necessidade, com a demanda. Diante de enorme necessidade os navios eram abastecidos com o dobro de sua capacidade real. Para eles não imporia se morressem alguns dos escravos, isto era até algo normal, mas se as perdas fossem superiores a 30% os pensamentos eram outros.


Escravos a Caminho do Brasil

Companhia das Índias Ocidentais, esta era a detentora do tráfico de negros para o Brasil. As condições do transporte de escravos advindos da África para o nordeste brasileiro não eram diferentes as já reveladas neste expediente. Como diz o professor Gonçalves de Melo:

" o mau alojamento, a falta de espaço suficiente para se moverem, o descuido pelos mais banais princípios de higiene eram comuns nos navios flamengos usados no tráfico "

Em tempo, podemos dizer que o assunto é mais grave, pois sabemos que depois deste triste e sofrido episódio das longas viagens que estes tristes nativos tinham de enfrentar, havia ainda o árduo cotidiano do trabalho escravo já em terra firme. Os escravos eram açoitados constantemente.

O autor, por outro lado, relata o relacionamento dos Srs. de engenho com a belas mulheres negra, relações que muitas vezes resultavam em filhos de patrões com escravas. O autor também fala da participação efetiva dos negros em comemorações festivas dos brancos, revelando um interessante relacionamento, mas este assunto é algo para ver em outra oportunidade.

Ouro, marfim, escravos, tudo junto sendo carregado numa mesma embarcação. As cargas abusivas eram "justificadas" de várias maneiras, como podemos ver:

"Ora sucedia o atraso dos navios na viagem até aos poros africanos, enquanto os negros aguardavam os embarques nos mesmos durante semanas; ora se pretendia reparar os eventuais prejuízos dobrando o número de "peças"; ora os acontecimentos das Índias e Brasil demandavam a urgente suplementação de escravos."

Em 1645 a carência de "peças" era evidente na América. Navios chegavam a carregar mais de 1000 numa só viagem. Em alguns casos a mortandade atingia 50%.

Contudo, o autor chama atenção para a questão das condições à bordo, não somente com relação ao transporte de escravos (no que diz respeito ao excesso do número de "peças"), para José Gonçalves isto não era um "privilégio" somente do tráfico, mas sim, de outras viagens de negócios, pois o custo envolvido em cada viagem era elevadíssimo, portanto, quanto mais poderiam carregar, melhor seria e mais se poderia economizar.

Outro ponto interessante que o autor ressalta é com referência a causa das mortes à bordo, dizendo que nem sempre as mortes resultariam de má alimentação, de falta de água, de espaço suficiente, etc..., mas também de doenças adquiriras antes mesmo da viagem, doenças que se desenvolviam durante a viagem, visto que cada viagem durava em média 45 dias.

"Narra Frei Dionísio o que se passou no navio em que viajava rumo à Bahia. Por motivo de uma calmaria, os alimentos foram consumidos. A água tornou-se o substituto natural. E não obstante os cincoenta dias de viagem, só morreram 33 dos 650 que iam a bordo. Conta, outrossim, a propósito, certo documento de 1663 que determinado navio arribou ao Rio de Janeiro após quatro meses de extenuante viagem desde a Mina e Buenos Aires até a Guanabara. A penúria chegou a extremos, de sorte que apenas 135 escravos chegaram com vida. Mas, também, nesse caso, foram diversos os contratempos. Apenas o exame criterioso dos fatores ligados aos escravos e aos transportes poderá determinar as (causas mortis) sucedidas a bordo, ao invés de atribuir tudo a castigos, escassez de alimentos, más acomodações, falta de ventilação, etc. outro problema que se levanta por fim diz respeito ao total de escravos retirados da África negra e quantos chegaram aos portos do destino, porque, na verdade, ambas as coisas diferem entre si. Os que saíram foram em número bem maior do que os desembarcados.

A questão do transporte de escravos certamente não deixa dúvidas de que ocorrera de maneira deplorável. As condições eram alteradas de acordo com a ambição de mercadores, de contratadores, acompanhado pela busca do lucro imediato e constante destes mesmos mercadores, contratadores, enfim, de todos os traficantes. Pois o tráfico negreiro foi acima de tudo, um negócio extremamente lucrativo. Isto ilustra melhor a ganância de querer enviar, carregar o maior numero de "peças" numa única embarcação.

Fonte: www.historianet.com.br
TRÁFICO E OS NAVIOS NEGREIROS

Através dos navios negreiros, é que os negros africanos capturados em suas terras eram submetidos para as viagens cuja história e a mais comovente epopéia de dor e de desespero da raça negra.

Onde homens, mulheres e crianças eram amontoados nos cúbicos escuros das galeras através das vastidões dos mares.

Com fome, sede e de mãos dadas com as doenças, onde os negros fortes provindos de diferentes pontos e de diferentes raças misturados como carga comum nos bojos dos navios negreiros, acabavam se tornando verdadeiras feras acuadas onde o dia se confundia com a noite, com seus gemidos mórbidos e suas algaravias de diferentes línguas em razão dos mais variados tribos, é que com seus rosnados dilaceravam-se mutualmente nas mínimas disputas que se propagavam nos ambientes estreitos das embarcações daqueles homens severos e maus que só se preocupavam com o rendosos negócio que a escravaria oferecia, e a obra do navio negreiro na África foi verdadeiramente vandálica, destruidora e sanguinária em razão do número de raças exportadas de todos os recantos. E quando o navegador Antão Gonçalves aportou em Portugal com uma leva de escravos capturados na ilha de Arguim, o rei